Sanskrit & Trika Shaivism (English-Home)

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 Origem das línguas indo-europeias: Parte VI

Grupos armênio e helênico


 Introdução

Olá, Andrés Muni novamente. O seguinte documento possui vários nomes: nomes de línguas, regiões, países, etc. Tentei ser o mais exato possível com esses nomes. Porém, se você encontrar algum erro, por favor envie-me um e-mail para que eu possa corrigir o que estiver errado.

Neste documento, aprofundaremos o desenvolvimento das línguas armênias e helênicas. Bem, mãos à obra.


Obrigado a Paulo & Claudio que traduziram este documento do inglês/espanhol para o português brasileiro.


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 Grupo armênio

O grupo armênio situa-se em uma área montanhosa limitada por (1) Mesopotâmia, (2) os vales meridionais do Cáucaso e (3) a costa sudeste do Mar Negro. Essa língua chegou à região conhecida como Armênia por volta do século VII d.C. O mais antigo manuscrito em Armênio é uma tradução dos evangelhos escrita no século IX d.C. Segundo a tradição, a língua armênia foi criada por um clérigo chamado Mashtots (ou Mastoc), para fazer com que as traduções das Escrituras fossem mais fáceis, e também com objetivo de tornar a Armênia completamente independente das igrejas grega e síria.

O alfabeto armênio consiste de 36 caracteres (símbolos baseados em parte em caracteres gregos), que são uma obra de arte em termos de exatidão fonética. O armênio antigo é a língua por meio da qual a Bíblia foi traduzida pela primeira vez na Armênia. É a língua clássica (ou "grabar" em armênio), e é baseada em um dialeto falado na região de Taron, às margens do rio Van. Durante a Idade Média, desenvolveu-se uma abundante literatura histórica e teológica escrita em armênio antigo. Atualmente, essa língua é falada no território armênio, no Azerbaijão, na Turquia e em algumas regiões do Irã, bem como em Verdana, nas regiões russas pelas quais passa o rio Don, na antiga Ásia Menor (Alexandreta e Esmirna), na Bulgária, no Egito e nos EUA.

O armênio moderno pode ser dividido em dois grupos: (1) Ocidental (ou armênio da Turquia): compreende as línguas de Erzurum, Muş, Van, Diyarbakır, Akn (atual Kemaliye) e Sivas. (2) Oriental (ou armênio da Rússia): compreende as línguas de Erivan, Tbilisi e Karabakh (ou Nagorno-Karabakh), e também as da costa ocidental do Mar Cáspio.

Não há nenhuma documentação sobre o armênio antes do século V d.C. Houve uma forte influência iraniana no vocabulário, pois a Armênia foi dominada por uma aristocracia parta do ano 66 ao ano 387 d.C. Quando o estudo da gramática comparativa das línguas indo-europeias foi realizado, pensou-se que o armênio deveria ser adicionado ao grupo iraniano. Contudo, o linguista alemão H. Hübschmann mostrou que o grupo armênio era independente dos demais. Não há nenhum grupo vizinho que tenha uma estreita relação de parentesco com o grupo armênio, como a que existe entre os grupos báltico e eslavo, ou entre os grupos latino e celta. Em outras palavras, a língua armênia está isolada dentro da família indo-europeia. Talvez esse isolamento terminasse se as línguas pertencentes a dois povos pudessem ser conhecidas um pouco melhor. Esses dois povos se assentaram no norte do território da civilização helênica, e os seus nomes eram: (1) Trácio-frígio e (2) Macedônio. Infelizmente, somente sobrevivem até o dia de hoje raros documentos linguísticos (glosas em trácio e nomes próprios em frígio). Contudo, é uma língua indo-europeia, sem dúvida. A língua macedônia ainda não é conhecida em profundidade. Alguns linguistas tendem a ver nessa língua uma forma específica (e bastante diferente, com certeza) do grupo helênico. E, falando do grupo helênico, vamos estudá-lo agora mesmo.

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 Grupo helênico

Esse grupo é geralmente denominado "Grupo grego". As regiões compreendidas por esse grupo foram habitadas por povos pertencentes a uma etnia desconhecida que falavam uma língua igualmente desconhecida. Infelizmente, somente os nomes desses povos foram conservados: Pelasgos, Léleges, Dríopes e Carianos. A língua pelasga ainda era falada durante o século V da nossa era, ao longo da costa da Trácia, ao sul da Propôntida (mar de Mármara) e em ilhas como Imbros e Lemnos.

O substrato sobre o qual se difundiu a língua grega foi realmente variado. É por isso que a sua estrutura gramatical e vocabulário contêm tantas inovações. As mais antigas inscrições gregas foram encontradas em Abu Simbel (Egito) e narram a expedição de Psamético II, rei do Egito durante a guerra contra a Etiópia de 591 a.C. Do século V a.C. em diante, a quantidade de inscrições gregas aumentou e estendeu-se por todo o mundo helênico. São valiosos registros para reconstruir a história da língua grega. Na época dos documentos mais antigos, a língua grega aparece na forma de diferentes dialetos. Dessa forma, surge um delicado problema de distribuição dialetal, o qual não possui uma solução exata.

A maneira pela qual os dialetos gregos foram formados e disseminados é o resultado de eventos históricos que determinaram a forma na qual os povos e cidades se agruparam e influenciaram uns aos outros. As migrações, que consistiam de grupos claramente diferentes, não só foram sucessivas como também ocorreram a intervalos regulares. Então, na civilização helênica, existe uma grande confusão de dialetos, e praticamente não existe nenhum dialeto que possa ser classificado como "puro". Os mais "puros" se encontravam em regiões através das quais não passavam as principais rotas imigratórias (por exemplo, o dialeto arcádico, falado no Peloponeso, e o dialeto lésbio, falado em algumas ilhas). Os dialetos pertencentes à antiga Grécia podem dividir-se em quatro grupos:

a) Jônico-ático: Do ponto de vista literário, esse é o grupo mais importante. A região da Jônia foi a primeira a desenvolver uma florescente civilização no mundo helênico. Desde o século VII a.C., o jônico foi, na Ásia Menor, uma língua literária. O dialeto ático, falado em Atenas, produziu, durante os séculos V e IV a.C., uma maravilhosa literatura cuja luz ainda resplandece sobre todo o mundo civilizado.

b) Aqueu: Somente sobreviveram três dialetos derivados desse grupo (arcádico, cipriota e panfílio).

c) Eólico ou dialeto do nordeste: Engloba três dialetos principais chamados tessálio, beócio e lésbio. O dialeto lésbio foi muito importante nos séculos VII e VI a.C. como língua literária.

d) Dórico ou dialeto ocidental: Engloba inúmeros dialetos locais que são muito diferentes entre si. Por exemplo: os dialetos de Corinto, Mégara, Lacônia, Messênia, Creta e Sicília.

Alguns outros dialetos do noroeste da Grécia também podem ser adicionados ao grupo dórico. Por exemplo: fócio (de Delfos), lócrio, acarnânio e o dialeto de Élida e Olímpia, que são falados no Peloponeso.

No entanto, nenhum desses diversos dialetos que constituíam a língua grega antiga sobreviveu. Desde o século IV a.C., todos foram resumidos em uma língua comum helênica (he koiné dialektós -- ou seja, o dialeto "koiné"), que tem como base o dialeto ático. A língua grega moderna surgiu do koiné, e atualmente contém muitos dialetos locais, já que a unidade original da koiné foi rompida. O mais antigo documento em língua grega moderna é o Novo Testamento. Mas é difícil reconstruir exatamente a evolução dessa língua falada.

A língua grega bizantina é simplesmente uma imitação artificial da língua grega clássica. Por muitos anos, a Igreja Cristã a manteve como uma língua purista (katharévusa), tão próxima do koiné quanto possível, e muito diferente da língua grega falada (denominada Romaico). Atualmente, o grego é falado amplamente --além da Grécia continental-- nas ilhas dos mares Jônico e Egeu, na antiga costa da Ásia Menor e ao redor de Esmirna... chegando, inclusive, à Capadócia (Cesareia). Também é falado ao longo da costa do mar Negro, no sul da Itália, na Córsega e Egito.

Antigamente, existia o grupo ilírico, que também englobava dois outros grupos: o veneziano e o messápico (no sul da Itália). Embora não esteja claro se a língua albanesa é derivada do ilírico ou de qualquer outra língua desse grupo, a sua localização geográfica nos incita a colocá-lo nesse grupo. Certamente, o albanês foi reconhecido tardiamente como lingua indo-europeia. Essa língua consiste de dois dialetos principais, cujo limite de influência está marcado pelo curso do rio Shkumbin. Ao norte, encontra-se o dialeto Gheg, que é falado pelos Malësors e Mirditas. Ao sul, encontra-se o dialeto Tosk (falado em regiões da Calábria). Na Grécia, também houve colônias albanesas que deixaram um rastro, especialmente na antiga cidade grega de Ática (Elêusis).

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 Notas finais

Peço desculpas novamente pelos inevitáveis equívocos. Convido-o uma vez mais a enviar-me um e-mail se você tiver detectado um erro e realmente souber como corrigi-lo.

Foi um curto mas interessante documento com alguma informação sobre dois importantes grupos linguísticos. O grupo helênico, em especial, teve (e ainda tem) uma tremenda influência sobre a civilização ocidental. Por isso, o seu estudo é extremamente importante para que se possa compreender muitas coisas sobre a cultura ocidental atual.

O próximo documento versará sobre a civilização suméria. Espero que o meu trabalho traga felicidade e iluminação à sua vida. Os meus melhores votos.

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 Informação adicional

Andrés Muni

Este documento foi concebido por Andrés Muni, um dos dois fundadores deste site, e versado em linguística.

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