Sanskrit & Trika Shaivism (English-Home)

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 Estórias 1

A primeira estória


 Introdução

Oi, Gabriel novamente. Este é o primeiro documento contendo a primeira estória em Sânscrito. Esta estória foi extraída do célebre Pañcatantra (um antigo escrito em língua sânscrita). É, claro, um conto de orientação espiritual e com uma moral no final. O Pañcatantra não está relacionado aos Tantra-s [Ver Tantrismo (português) na seção Trika], como você poderia achar. Não mesmo. É simplesmente um livro repleto de edificantes contos e estórias com moral. Mesmo que possa parecer destinado somente a crianças, os exemplos e ensinamentos exibidos nesse livro são úteis para todos.

Meu interesse em contar-lhe estórias não é somente para que você aprenda a conduzir a sua vida de maneira adequada e coisas do tipo, mas sim para que aprenda Sânscrito. O estilo sânscrito do Pañcatantra é correto, mas bem antigo. Por exemplo, há conjugações no Tempo Perfeito (Passado Remoto), que é geralmente utilizado em escrituras antigas (os Purāṇa-s, por exemplo). Dessa forma, você irá encarar agora um tipo diferente de Sânscrito, o que enriquecerá seus conhecimentos sobre essa linguagem. Além disso, tentei, na maior parte, traduzir literalmente, na medida do possível, com o custo de perder um pouco de claridade (por exemplo, utilizar, às vezes, a Voz Passiva para mostrar como se forma a oração e como se conjugam os verbos, em vez da Voz Ativa, a qual é muito mais fácil de entender). Também respeitei os parágrados sânscritos situados entre | (pausas curtas), com o custo de ficarem vários parágrafos curtos em português. Em suma, tratei de traduzir tudo da maneira mais fiel possível para que você possa compreender como a oração em Sânscrito é estruturada. É claro, usarei estas traduções como exemplos nos documentos de Traduzindo, que tratam sobre "como traduzir textos sânscritos".

No entanto, estarei incluindo algo novo: "uma tradução livre", que será muito mais fácil de ler, já que não traduzirei "literalmente", mas de uma maneira livre. Além disso, os parágrafos serão maiores que os implementados pelo autor da estória. Dessa forma, você poderar desfrutar do conto de uma maneira melhor. Parece-me que, mesmo que uma tradução livre não seja indispensável quando se trata de traduções de escrituras formais, é vital ao ler contos e estórias informais.

Importante: Tudo o que está entre parênteses e em itálico dentro da tradução foi adicionado por mim para completar o sentido de uma determinada frase ou oração. Por sua vez, tudo o que está entre hifens duplos (--...--) constitui informação adicional esclarecedora também adicionada por mim.

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 Estória e tradução formal

कस्मिंश्चिन्नगरे कश्चित्स्वभावकृपणो नाम ब्राह्मणः प्रतिवसति स्म। तस्य भिक्षार्जितैः सक्तुभिर्भुक्तोर्वरितैर्घटः परिपूरितः। तं च घटं नागदन्तेऽवलम्ब्य तस्याधस्तात्खट्वां निधाय सततमेकदृष्ट्या तमवलोकयति। अथ कदाचिद्रात्रौ सुप्तश्चिन्तयामास यत् परिपूर्णोऽयं घटस्तावत्सक्तुभिर्वर्तते तद्यदि दुर्भिक्षं भवति तदनेन रूपकाणां शतमुत्पद्यते। ततस्तेन मयाजाद्वयं ग्रहीतव्यं। ततः षण्मासिकप्रसववशात्ताभ्यां यूथं भविष्यति। ततोऽजाभिः प्रभूता गा ग्रहीष्यामि गोभिर्महिषीर्महिषीभिर्वडवाः। वडवाप्रसवतः प्रभूता अश्वा भविष्यन्ति। तेषां विक्रयात्प्रभूतं सुवर्णं भविष्यति। सुवर्णेन चतुःशालं गृहं सम्पद्यते ततः कश्चिद्ब्राह्मणो मम गृहमागत्य प्राप्तवयस्कां रूपाढ्यां कन्यां दास्यति। तत्सकाशात्पुत्रो मे भविष्यति। तस्याहं सोमशर्मेति नाम करिष्यामि। तत्तस्मिञ्जानुचलनयोग्ये सञ्जातेऽहं पुस्तकं गृहीत्वाश्वशालायाः पृष्ठदेश उपविष्टस्तदवधारयिष्यामि। अत्रान्तरे सोमशर्मा मां दृष्ट्वा जनन्युत्सङ्गाज्जानुप्रचलनपरोऽश्वखुरासन्नवर्ती मत्समीपमागमिष्यति। ततोऽहं ब्राह्मणीं कोपाविष्टोऽभिधास्यामि गृहाण तावद्बालकम्। सापि गृहकर्मव्यग्रतयास्मद्वचनं न श्रोष्यति। ततोऽहं समुत्थाय तां पादप्रहारेण ताडयिष्यामि। एवं तेन ध्यानस्थितेन तथैव पादप्रहारो दत्तो यथा स घटो भग्नः। सक्तुभिः पाण्डुरतां गतः॥

Kasmiṁścinnagare kaścitsvabhāvakripaṇo nāma brāhmaṇaḥ prativasati sma| Tasya bhikṣārjitaiḥ saktubhirbhuktorvaritairghaṭaḥ paripūritaḥ| Taṁ ca ghaṭaṁ nāgadante'valambya tasyādhastātkhaṭvāṁ nidhāya satatamekadṛṣṭyā tamavalokayati| Atha kadācidrātrau suptaścintayāmāsa yat paripūrṇo'yaṁ ghaṭastāvatsaktubhirvartate tadyadi durbhikṣaṁ bhavati tadanena rūpakāṇāṁ śatamutpadyate| Tatastena mayājādvayaṁ grahītavyam| Tataḥ ṣaṇmāsikaprasavavaśāttābhyāṁ yūthaṁ bhaviṣyati| Tato'jābhiḥ prabhūtā gā grahīṣyāmi gobhirmahiṣīrmahiṣībhirvaḍavāḥ| Vaḍavāprasavataḥ prabhūtā aśvā bhaviṣyanti| Teṣām vikrayātprabhūtaṁ suvarṇaṁ bhaviṣyati| Suvarṇena catuḥśālaṁ gṛhaṁ sampadyate tataḥ kaścidbrāhmaṇo mama gṛhamāgatya prāptavayaskāṁ rūpāḍhyāṁ kanyāṁ dāsyati| Tatsakāśātputro me bhaviṣyati| Tasyāhaṁ somaśarmeti nāma kariṣyāmi| Tattasmiñjānucalanayogye sañjāte'haṁ pustakaṁ gṛhītvāśvaśālāyāḥ pṛṣṭhadeśa upaviṣṭastadavadhārayiṣyāmi| Atrāntare somaśarmā māṁ dṛṣṭvā jananyutsaṅgājjānupracalanaparo'śvakhurāsannavartī matsamīpamāgamiṣyati| Tato'haṁ brāhmaṇīṁ kopāviṣṭo'bhidhāsyāmi gṛhāṇa tāvadbālakam| Sāpi gṛhakarmavyagratayāsmadvacanaṁ na śroṣyati| Tato'haṁ samutthāya tāṁ pādaprahāreṇa tāḍayiṣyāmi| Evaṁ tena dhyānasthitena tathaiva pādaprahāro datto yathā sa ghaṭo bhagnaḥ| Saktubhiḥ pāṇḍuratāṁ gataḥ||

Pañcatantra 5, 9


Em certa (kasmin-cid) cidade --nagara-- (nagare), vivia (prativasati sma1) um brāhmaṇa2 (kaścit... brāhmaṇaḥ) cujo nome (nāma) (era) Svabhāvakṛpaṇa (svabhāvakṛpaṇaḥ)|

Sua (tasya) vasilha (ghaṭaḥ) (havia sido) enchida (paripūritaḥ) com as sobras (bhuktaḥ urvaritaiḥ) de grumos3 --saktu(s)-- (saktubhiḥ) (que ele havia) obtido mendigando (bhikṣā-arjitaiḥ)|

Então (ca), após pendurar (avalambya) essa (tam) vasilha (ghaṭaḥ) na presa (danta) de uma serpente (nāga) --servindo como uma espécie de prego-- (e) colocar (nidhāya) (sua) cama (khaṭvām) embaixo (adhastāt) dela --isto é, embaixo da vasilha-- (tasya), ele fitou-a (ekadṛṣṭyā tam avalokayati)4 ininterruptamente (satatam)|

Agora (atha), certa (kadācid) noite --rātri-- (rātrau), (enquanto estava) deitado e pronto para dormir (suptaḥ), refletiu (cintayāmāsa) desta forma (yad): "Por enquanto (tāvat), esta (ayam) vasilha (ghaṭaḥ) está (vartate) totalmente cheia (paripūrṇaḥ) de grumos (saktubhiḥ)|5

Portanto (tad), se (yadi) vier a ocorrer (bhavati) uma escassez de alimentos (durbhikṣam), então (tad), com isto --ou seja, vendendo a vasilha com grumos-- (anena), cem (śatam) rupias --rūpaka(s)-- (rūpakāṇām) (serão) obtidas (por mim) (utpadyate)|

Posteriormente (tatas), com esse (dinheiro) (tena), terei que comprar (mayā... grahītavyam) duas (dvayam) cabras (ājā)|

Mais tarde (tatas), como (vaśāt) há um parto (prasava) ocorrendo a cada seis meses (ṣaṭ-māsika), será formado (bhaviṣyati) um rebanho (yūtham) a partir dessas duas (cabras) (tābhyām)|

Depois disso (tatas), com a (venda das) cabras (ajābhiḥ), comprarei (grahīṣyāmi) numerosas (prabhūtāḥ) vacas (gāḥ). Com a (venda das) vacas (gobhiḥ), (comprarei) búfalas (mahiṣīḥ), (e,) com (a venda das) búfalas (mahiṣībhiḥ) (comprarei) éguas (vaḍavāḥ)|

A partir dos partos (prasavataḥ) (dessas) éguas (vaḍavā), nascerão (bhaviṣyanti) numerosos (prabhūtāḥ) cavalos (aśvāḥ)|

Da venda (vikrayāt) desses (cavalos) (teṣām), aparecerá (bhaviṣyati) ouro (suvarṇam) abundante (prabhūtam)|

Com (esse) ouro (suvarṇena), (será) obtida (por mim) (sampadyate) uma casa (gṛham) com quatro (catur) salas (śālam)6. Posteriormente (tatas), um certo (kaścid) brāhmaṇa7 (brāhmaṇaḥ), após ter vindo (āgatya) à minha (mama) casa (gṛham), dará (a mim) (citta) (sua) filha em casamento (kanyām dāsyati); (ela) é de meia-idade (prāpta-vayaskām), rica (āḍhyām) (e) possuidora de uma bela aparência (rūpa)|

Dela (tad sakāśāt), nascerá (bhaviṣyati) meu (me) filho (putraḥ)|

Vou nomeá-lo (tasya aham... nāma kariṣyāmi) 'Somaśarmā' (somaśarmā iti)|

Consequentemente (tad), quando ele --isto é, o seu filho-- (tasmin) crescer (sañjāte) (e) for capaz (yogye) de se equilibrar (calana) nos (meus) joelhos (jānu), então (tad) eu (aham), tendo pego (gṛhītvā) um livro (pustakam) (e) sentado (upaviṣṭaḥ) na parte de trás (pṛṣṭha-deśe) de um estábulo (aśva-śālāyāḥ), refletirei (avadhārayiṣyāmi)|

Enquanto isso (atrāntare), Somaśarmā (somaśarmā), vendo (dṛṣṭvā) a mim (mām) a partir colo (utsaṅgāt) de (sua) mãe (jananī), chegará perto (samīpam āgamiṣyati) de mim (mat) com a intenção (paraḥ) de se equilibrar (pracalana) nos (meus) joelhos (jānu), (mas, ao fazer isso, ele também) chegará (perigosamente) perto (āsannavartī) dos cascos dos cavalos (aśva-khura)|

Por essa razão (tatas), eu (aham), (realmente) irritado (kopāviṣṭaḥ), direi (abhidhāsyāmi) à brāhmaṇī --lit. "a esposa de um brāhmaṇa", ou seja, a esposa dele-- (brāhmanīm): 'Pegue (gṛhāṇa) o menino (bālakam) de uma vez (tāvat)'|

Ainda assim (api), por estar ocupada (vyagratayā) com afazeres (karma) domésticos (gṛha), ela (sā) não escutará (na śroṣyati) a minha (mat) ordem (vacanam)|

Então (tatas), após levantar-me (samutthāya), darei um chute (pāda-prahāreṇa tāḍayiṣyāmi) nela (tām)"|

Dessa forma (evam), um chute (pāda-prahāraḥ) (foi) dado (dattaḥ) por esse (brāhmaṇa) (tena) enquanto refletia (dhyāna-sthitena), exatamente (como estava fazendo mentalmente) (tathā eva). Como resultado (yathā), a vasilha (saḥ ghaṭaḥ) se quebrou (bhagnaḥ)|

(O brāhmaṇa) ficou branco (pāṇḍuratām gataḥ) por causa dos grumos (saktubhiḥ) (que caíram sobre ele)||

1 A partícula "sma" é utilizada aqui em conjunto com um Tempo Presente (prativasati ou "ele vive") para transformá-lo em um Tempo Passado ("ele viveu"). Esse uso de "sma" é bem antigo, já que também pode ser encontrado nos Brāhmaṇa-s védicos.
2 Alguém que pertence à primeira casta dentre as quatro tradicionais. É geralmente um sacerdote.
3 Cevada descascada e moída grosseiramente (após ficar de molho).
4 Apesar de que "ekadṛṣṭyā... avalokayati" significa literalmente "ele fita" (Tempo Presente), estou traduzindo-o no Tempo Passado ("ele fitou"), para ser coerente com as orações anteriores. Em suma, é como se a partícula "sma" estivesse aqui novamente.
5 Mesmo que haja uma pausa curta indicada por "|", o parágrafo contendo a reflexão de Svabhāvakṛpaṇa continua abaixo. O mesmo ocorretá nos parágrafos seguintes, exceto nos dois últimos.
6 Sim, o uso da Voz Passiva pode soar estranho. Contudo, sempre trato de traduzir tudo "literalmente" para que você possa ver como está formada a oração. Assim, na Voz Ativa, se escreveria: "Com esse outro, obterei uma casa com quatro salas".
7 Ver 2.

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 Tradução livre da estória

Em certa cidade, vivia um brāhmaṇa cujo nome era Svabhāvakṛpaṇa. Ele encheu sua vasilha com as sobras de grumos que havia obtido mendigando. Então, ele pendurou a vasilha na presa de uma serpente, colocou sua cama embaixo dela e fitou-a ininterruptamente.

Agora, certa noite, enquanto estava deitado e pronto para dormir, refletiu dessa forma:

"Por enquanto, esta vasilha está totalmente cheia de grumos. Portanto, se vier a ocorrer uma escassez de alimentos, vendendo a vasilha com grumos eu obterei cem rupias. Posteriormente, com esse dinheiro, terei que comprar duas cabras. Mais tarde, como as cabras dão cria a cada seis meses, será formado um rebanho a partir dessas duas cabras.

Depois disso, com a venda das cabras, comprarei numerosas vacas. Com a venda das vacas, comprarei búfalas, e, com a venda das búfalas, comprarei éguas. Com os partos dessas éguas, nascerão numerosos cavalos. Da venda desses cavalos, receberei abundante ouro. Com esse ouro, comprarei uma casa com quatro salas. Posteriormente, um certo brāhmaṇa, após ter vindo à minha casa, dará a mim sua filha rica, de meia-idade e de belo corpo em casamento. Dela, nascerá meu filho. Vou nomeá-lo 'Somaśarmā'.

Consequentemente, quando meu filho crescer e for capaz de se equilibrar nos meus joelhos, pegarei um livro e irei à parte de trás de um estábulo. Lá, sentarei e refletirei. Enquanto isso, Somaśarmā, vendo-me a partir do colo de sua mãe, quererá chegar perto de mim, mas, ao fazer isso, também chegará perigosamente perto dos cascos dos cavalos. Por essa razão, eu, tomado por raiva, direi à minha esposa: 'Pegue esse menino de uma vez'. Ainda assim, por estar ocupada com afazeres domésticos, ela não escutará a minha ordem. Então, vou levantar e dar um chute nela".

Dessa forma, enquanto refletia, esse brāhmaṇa deu um chute, exatamente como estava fazendo mentalmente. Como resultado, a vasilha se quebrou, e ele ficou branco por causa dos grumos que caíram sobre ele.

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 Considerações finais

Bem, a moral é que você não deve ter muitos projetos "mentais", ou também ficará branco com os grumos, hehe.

Além disso, a estória também recomenda que você não deve nunca chutar uma dama... não, não é essa a moral, estou brincando.

Esse conto contém algumas coisas interessantes como a partícula "sma". Essa palavra era usada antigamente (Brāhmaṇa-s védicos, etc.) como uma maneira simples de se obter uma oração no Tempo Passado, sem conjugar o verbo nesse Tempo. Dessa forma, o verbo é primeiramente conjugado no Tempo Presente, e, então, com a adição de "sma", tudo fica no Tempo Passado. Por exemplo: "prativasati sma" ("ele/ela viveu"; na estória é "ele", claro). O verbo "prativas" (viver) é primeiramente conjugado no Tempo Presente, 3a Pessoa singular (prativasati), e, então, é adicionada a partícula "sma" para converter tudo em Tempo Passado.

Além disso, há um verbo sendo conjugado no Tempo Perfeito (Tempo Passado remoto), que foi usado, em sua maior parte, em antigas escrituras tais como os Purāṇa-s védicos. A palavra "cintayāmāsa" ("ele/ela refletiu... há muito tempo" ou "eu refleti... há muito tempo"; o pronome "ele" é escolhido na estória, é claro), que se encontra logo antes da descrição do projeto mental do brāhmaṇa:

Agora (atha), certa (kadācid) noite --rātri-- (rātrau), (enquanto estava) deitado e pronto para dormir (suptaḥ), refletiu (cintayāmāsa) desta forma (yad): "Por enquanto (tāvat)...

Como isso se forma? Escute a minha explicação:

A raiz é "cint" (refletir, pensar, etc.) e pertence ao Gaṇa ou Casa 10. Agora, você deve formar a base seguindo as regras gerais e especiais que lhe ensinei em Verbos (2) (português). Portanto, a base é "cintay". Muito bem! Há dois tipos de Tempo Perfeito: Reduplicativo e Perifrástico. Quero formar o Perfeito Perifrástico de "cint". As regras para formar esse tipo de Tempo Perfeito me dizem que devo, primeiro, adicionar "ām" à base:

cintay + ām = cintayām

Depois disso, devo adicionar as formas reduplicadas (Tempo Perfeito Reduplicativo) das raízes "as" (ser), "bhū" (se tornar) ou "kṛ" (fazer). As formas reduplicadas para essas raízes são as seguintes (somente 3a Pessoa singular, obviamente)... acredite em mim, por favor: "āsa" (ele/ela se tornou... há muito tempo), "babhūva" (elea/ela se tornou... há muito tempo) e "cakāra/cakre" --somente Parasmaipada nesse caso, ou seja, "cakāra", pois, em prosa, "cint" se conjuga somente em Parasmaipada, embora, metricamente, possa ser conjugado em Ātmanepada... mas não se preocupe com isso, é só como informação-- (ele/ela fez... há muito tempo). Bem, o autor utilizou "āsa". Então,

cintayām + āsa = cintayāmāsa

No entanto, se ele tivesse usado "babhūva" ou "cakāra", o verbo conjugado seria:

"cintayāmbabhūva" ou "cintayāñcakāra"

Obviamente, há muitas outras regras para se ter em mente ao conjugar-se no Tempo Perfeito Perifrástico, mas essa raiz foi simples de manejar, para a nossa sorte. Quer uns exemplos difíceis agora?... Não, meu Deus. Foi só brincadeira. Chega dessas complicações.

Leia estórias em Sânscrito, aprenda Sânscrito nesse processo e seja imensamente feliz. Nos vemos na próxima estória.

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 Informação adicional

Gabriel Pradīpaka

Este documento foi concebido por Gabriel Pradīpaka, um dos dois fundadores deste site, e guru espiritual versado em idioma Sânscrito e filosofia Trika.

Para maior informação sobre Sânscrito, Yoga e Filosofia Indiana; ou se você quiser fazer um comentário, perguntar algo ou corrigir algum erro, sinta-se à vontade para enviar um e-mail: Este é nosso endereço de e-mail.