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 O Paramārthasāra de Abhinavagupta: Estrofes 24 a 27

Tradução normal


 Introdução

O Paramārthasāra continua com mais quatro estrofes. Esse é o sétimo conjunto de estrofes, que é composto de 4 das 105 estrofes que constituem a obra como um todo.

Obviamente, também inserirei as estrofes originais sobre as quais Yogarāja está comentando. Escreverei várias notas para que esse livro fique tão compreensível quanto possível.

O Sânscrito de Yogarāja estará em verde escuro, enquanto as estrofes originais de Abhinavagupta serão exibidas em vermelho escuro. Por sua vez, dentro da transliteração, as estrofes originais estarão em marrom, enquanto os comentários de Yogarāja serão mostrados em preto. Além disso, dentro da tradução, as estrofes originais de Abhinavagupta, isto é, o Paramārthasāra, estarão nas cores verde e preto, enquanto o comentário de Yogarāja conterá palavras tanto em preto quanto em vermelho.

Leia o Paramārthasāra e experimente Supremo Ānanda ou Divina Alegria, querido Śiva.

Importante: Tudo o que está entre parênteses e em itálico dentro da tradução foi agregado por mim para completar o sentido de uma determinada frase ou oração. Por sua vez, tudo o que está dentro de um duplo hífen (-- ... --) constitui informação esclarecedora adicional também agregada por mim.


Obrigado a Paulo & Claudio que traduziram este documento do inglês/espanhol para o português brasileiro.


Ao início


 Estrofe 24

कञ्चुकत्रितयस्य परसूक्ष्मस्थूलरूपतामाह


परमावरणं मल इह सूक्ष्मं मायादि कञ्चुकं स्थूलम्।
बाह्यं विग्रहरूपं कोशत्रयवेष्टितो ह्यात्मा॥२४॥


चैतन्यस्य स्वस्वरूपापहस्तनसतत्त्वा अख्यातिरेवाणवो मल आन्तरः स्वर्णस्य कालिकेव परम् अन्तरङ्गमावरणं छादनं तादात्म्येन स्थितत्वात्। मायादिविद्यान्तं कञ्चुकषट्कं सूक्ष्ममात्मन आवरणं तण्डुलस्य कम्बुकमिवावरणं पृष्ठपातित्वेनास्ते येन भेदमयी ज्ञत्वकर्तृत्वादिप्रथा प्रथते — इत्येष मायीयो मलः। एतदपेक्षया बाह्यं तुषस्थानीयं प्राधानिकं शरीरसत्तालक्षणमावरणं स्थूलं त्वङ्मांसादिरूपत्वादेष तृतीयः कार्मो मलो येन प्रमाता शुभाशुभकर्मसञ्चयभाजनं भवति। एवमनेन परसूक्ष्मस्थूलरूपेण कोशत्रयेण वेष्टितो विकस्वरोऽपि घटाकाशवत्सङ्कुचितीकृत आत्मेत्यणुः — इति पशुः — इत्युच्यते॥२४॥

Kañcukatritayasya parasūkṣmasthūlarūpatāmāha


Paramāvaraṇaṁ mala iha sūkṣmaṁ māyādi kañcukaṁ sthūlam|
Bāhyaṁ vigraharūpaṁ kośatrayaveṣṭito hyātmā||24||


Caitanyasya svasvarūpāpahastanasatattvā akhyātirevāṇavo mala āntaraḥ svarṇasya kālikeva param antaraṅgamāvaraṇaṁ chādanaṁ tādātmyena sthitatvāt| Māyādividyāntaṁ kañcukaṣaṭkaṁ sūkṣmamātmana āvaraṇaṁ taṇḍulasya kambukamivāvaraṇaṁ pṛṣṭhapātitvenāste yena bhedamayī jñatvakartṛtvādiprathā prathate — Ityeṣa māyīyo malaḥ| Etadapekṣayā bāhyaṁ tuṣasthānīyaṁ prādhānikaṁ śarīrasattālakṣaṇamāvaraṇaṁ sthūlaṁ tvaṅmāṁsādirūpatvādeṣa tṛtīyaḥ kārmo malo yena pramātā śubhāśubhakarmasañcayabhājanaṁ bhavati| Evamanena parasūkṣmasthūlarūpeṇa kośatrayeṇa veṣṭito vikasvaro'pi ghaṭākāśavatsaṅkucitīkṛta ātmetyaṇuḥ — Iti paśuḥ — Ityucyate||24||

(Abhinavagupta, na estrofe atual,) disse (āha) que a tríade (tritayasya) de Kañcuka-s ou Envoltórios (kañcuka) consiste em (rūpatām) (três níveis:) supremo (para), sutil (sūkṣma) (e) bruto (sthūla):


O Ser (ātmā) (está), aqui (iha), certamente (hi) envolto (veṣṭitaḥ) por três (traya) coberturas (kośa): (1) A impureza (malaḥ) que é o Véu (āvaraṇam) supremo (param), (2) o Envoltório (kañcukam) sutil (sūkṣmam) composto por Māyā, etc. (māyā-ādi) (e) (3) a bruta (sthūlam) (e) externa (bāhyam) forma corporal (vigraha-rūpam)||24||


A mesma ignorância primordial (akhyātiḥ eva), a qual é, na realidade (satattvā), um ato de descartar (apahastana) a própria (sva) natureza essencial (sva-rūpa) de Caitanya ou Consciência em Liberdade Absoluta (caitanyasya), (é) o Āṇavamala (āṇavaḥ malaḥ) interno (āntaraḥ). (Abhinavagupta o chamou) "Véu supremo" (param... āvaraṇam) —cobertura (chādanam) interna (antaraṅgam)—, como (iva) um ponto escuro (kālikā) no ouro (svarṇasya), porque permanece (sthitatvāt) idêntico (a esse Caitanya) (tādātmyena).

O grupo de seis (ṣaṭkam) Kañcuka-s ou Envoltórios (kañcuka) que começa (ādi) com Māyā (māyā) (e) termina em (antam) Vidyā (vidyā) --tattva-s 6 a 11-- (é) o véu (āvaraṇam) sutil (sūkṣmam) do Ser (ātmanaḥ). (Esse) véu (āvaraṇam), como (iva) o farelo (kambukam) no caso de um grão (taṇḍulasya), permanece (āste) como uma (força) controladora (de fundo) (pṛṣṭha-pātitvena) (no que concerne a um indivíduo limitado). Como resultado (yena), aparece (prathate) a disseminação (prathā) de conhecimento (limitado) (jñatva), estado (limitado) de agente ou fazedor (kartṛtva), etc. (ādi), todo o qual está repleto de (mayī) dualismo (bheda... iti). Isso (eṣaḥ) (é) Māyīyamala --a impureza máyica-- (māyīyaḥ malaḥ).

(Depois, há) um véu (āvaraṇam) que é externo (bāhyam) em relação a (apekṣayā) isso --ao Māyīyamala-- (etad). Representa (sthānīyam) a casca (no exemplo com um grão de arroz) (tuṣa), é caracterizado pela (lakṣaṇam) existência (sattā) de um corpo fisico (śarīra) manufaturado por Prakṛti (prādhānikam) (e é) bruto (sthūlam), já que consiste em (rūpatvāt) pele (tvak), carne (māṁsā), etc. (ādi). Essa (eṣaḥ) terceira (tṛtīyaḥ) impureza (malaḥ) (é conhecida como) Kārma (kārmaḥ) --isto é, Kārmamala-- (e), por meio dela (yena), o experimentador ou conhecedor (limitado) (pramātā) se torna (bhavati) um recipiente (bhājanam) para uma multidão (sañcaya) de boas (śubha) (e) más (aśubha) ações (karma).

Dessa maneira (evam), envolto (veṣṭitaḥ) pela tríade (trayeṇa) de coberturas (kośa) cuja forma é (rūpeṇa) suprema (para), sutil (sūkṣma) (e) bruta (sthūla), embora (api) esteja plenamente expandido (vikasvaraḥ), "o Ser" (ātmā iti) se contrai completamente (saṅkucitī-kṛtaḥ) como (vat) o espaço (ākāśa) dentro de uma vasilha (ghaṭa), (e é denominado) "aṇu" ou "átomo" (aṇuḥ iti). (Nessa etapa,) diz-se que (Ele) é (também) (ucyate) um "paśu" --lit. um animal-- (paśuḥ iti)||24||


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 Estrofe 25

एतत्सम्बन्धादुपहत इव भवति — इत्याह


अज्ञानतिमिरयोगादेकमपि स्वं स्वभावमात्मानम्।
ग्राह्यग्राहकनानावैचित्र्येणावबुध्येत॥२५॥


एष कोशत्रयसम्बद्ध आत्मा आत्माख्यात्यन्धकारसम्बन्धादेकमप्यद्वयस्वभावमपि स्वं निजं नान्यस्मादुपनतमात्मस्वभावं चैतन्यमात्मसत्तालक्षणं स्वरूपं प्रमातृप्रमाणप्रमेयनानारचनाप्रपञ्चेन जानात्यभेदविपरीतेन भेदेनाभिमन्यते — इति यावत्। यथा रेखातिमिरोपहतः पुरुष एकमपि चन्द्रं पश्यन् द्वौ चन्द्राविमौ नभसि स्त इति परिच्छिन्दन् लोकमपि दर्शयति द्वौ चन्द्राविमौ पस्य इति — वस्तुवृत्तेनैक एवासौ चन्द्रः — इति तिमिरवशात्तथा भासते येनोद्वेगलक्षणामानन्दलक्षणां वार्थक्रियां स तैमिरिकः प्राप्नोति — तथैवाज्ञानतिमिरप्राप्तभेदप्रथः सर्वं स्वात्मनोऽभिन्नमपि भेदेन व्यवहरन् भिन्नं कर्मफलमर्थयते येन भूयोभूयः स्वर्गनिरयादिभोगभाग्भवति। अतश्चाज्ञानस्य तिमिरेण रूपणा विपरीताभासनात्॥२५॥

Etatsambandhādupahata iva bhavati — Ityāha


Ajñānatimirayogādekamapi svaṁ svabhāvamātmānam|
Grāhyagrāhakanānāvaicitryeṇāvabudhyeta||25||


Eṣa kośatrayasambaddha ātmā ātmākhyātyandhakārasambandhādekamapyadvayasvabhāvamapi svaṁ nijaṁ nānyasmādupanatamātmasvabhāvaṁ caitanyamātmasattālakṣaṇaṁ svarūpaṁ pramātṛpramāṇaprameyanānāracanāprapañcena jānātyabhedaviparītena bhedenābhimanyate — Iti yāvat| Yathā rekhātimiropahataḥ puruṣa ekamapi candraṁ paśyan dvau candrāvimau nabhasi sta iti paricchindan lokamapi darśayati dvau candrāvimau pasya iti — Vastuvṛttenaika evāsau candraḥ — Iti timiravaśāttathā bhāsate yenodvegalakṣaṇāmānandalakṣaṇāṁ vārthakriyāṁ sa taimirikaḥ prāpnoti — Tathaivājñānatimiraprāptabhedaprathaḥ sarvaṁ svātmano'bhinnamapi bhedena vyavaharan bhinnaṁ karmaphalamarthayate yena bhūyobhūyaḥ svarganirayādibhogabhāgbhavati| Ataścājñānasya timireṇa rūpaṇā viparītābhāsanāt||25||

(Nessa estrofe, Abhinavagupta) disse (que) (āha), por meio da (sua) conexão (sambandhāt) com isso --com a tríade de Envoltórios-- (etad), Ele fica (bhavati) impedido (upahataḥ), por assim dizer (iva... iti):


(Este Ser,) ainda que (api) único (ekam), devido ao (Seu) contato (yogāt) com a escuridão (timira) da ignorância (ajñāna), conhece ou percebe (avabudhyeta) a Si Mesmo (ātmānam) —a Sua própria (svam) natureza essencial (sva-bhāvam)— como a múltipla variedade (nānā-vaicitryeṇa) de sujeitos (grāhaka) (e) objetos (grāhya)||25||


(O termo) "svam" (na estrofe) (svam) (significa) "a própria" (nijam) (ou) "que não (na) depende (upanatam) de outro (anyasmāt)". (Por sua vez, as palavras "svabhāvam ātmānam" indicam) "a natureza essencial" (sva-bhāvam) do Ser (ātma), (isto é,) Caitanya ou Consciência dotada de Liberdade Absoluta (caitanyam) cuja essência (sva-rūpam) está caracterizada pela (lakṣaṇam) própria (ātma) Existência (sattā). Esse (eṣaḥ) Ser (ātmā), que está totalmente atado (sambaddhaḥ) pela tríade (traya) de coberturas (kośa), devido à Sua conexão (ātmā... sambandhāt) com a escuridâo (andhakāra) da ignorância (akhyāti), ainda que (api) único (ekam) —ainda que (api) (a Sua) essência (sva-bhāvam) seja não dual (advaya)—, conhece --percebe-- (jānāti) (a própria natureza essencial ou Caitanya) como uma manifestação (prapañcena) preparada (racanā) com múltiplos (nānā) conhecedores (pramātṛ), meios de conhecimento (pramāṇa) (e) objetos cognoscíveis (prameya). (Em outra palavras,) Ele considera erroneamente (abhimanyate) (a Sua natureza essencial) como dual (bhedena), (isto é,) como oposta (viparītena) a não dual (abheda). Esse é o significado (iti yāvat).

Assim como (yathā) uma pessoa (puruṣaḥ) afligida (upahataḥ) por cegueira parcial (rekhā-timira), (que,) ainda que (api) veja (paśyan) uma (ekam) lua (candram), definindo (paricchindan) (previamente da seguinte forma:) "Há (staḥ) estas (imau) duas (dvau) luas (candrau) no céu (nabhasi... iti)", mostra (darśayati) (a outras) pessoas (lokam api), (dizendo): "Veja (pasya) essas (imau) duas (vau) luas (candrau... iti)!", (porque, embora,) na realidade (vastu-vṛttena), "essas (asau) luas (candraḥ) (sejam) apenas (eva) uma (ekaḥ... iti)", ela --a imagem da lua-- aparece (bhāsate) dessa forma (tathā) devido à (vaśāt) cegueira (parcial) (timira) (e), consequentemente (yena), (essa) pessoa que sofre de cegueira (parcial) (saḥ taimirikaḥ) atinge (prāpnoti) um nível de eficácia (artha-kriyām) marcado por (lakṣaṇām) angústia (udvega) ou (vā) felicidade (ānanda); de maneira similar (tathā eva), (o indivíduo limitado,) que experimenta disseminação de dualismo (prāpta-bheda-prathaḥ) devido à escuridão (timira) da ignorância (ajñāna), ainda que (api) tudo (sarvam) não seja diferente (abhinnam) do seu próprio Ser (sva-ātmanaḥ), procedendo (vyavaharan) de forma dualista (bhedena), esforça-se para obter (arthayate) o(s) fruto(s) (phalam) das (suas) ações (karma), os quais --os frutos-- (parecem) diferentes (dele próprio) (bhinnam). Como resultado (yena), ele se torna (bhavati), de novo e de novo (bhūyas-bhūyas), um receptáculo (bhāk) para o desfrute (bhoga) de céu (svarga), inferno (niraya), etc. (ādi).

É por isso que (atas ca) (Abhinavagupta utiliza) uma descrição metafórica (rūpaṇā) com cegueira (parcial) (timireṇa) no caso da ignorância (ajñānasya), já que (essa doença ocular) manifesta (ābhāsanāt) uma realidade oposta (viparīta)||25||


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 Estrofe 26

आत्माद्वयं दृष्टान्तेन निदर्शयति


रसफाणितशर्करिकागुडखण्डाद्या यथेक्षुरस एव।
तद्वदवस्थाभेदाः सर्वे परमात्मनः शम्भोः॥२६॥


रसादय इक्षुभेदा यथैक एवेक्षुरसः परमार्थतः सर्वत्र माधुर्यानुगमात्तथैव जाग्रदाद्यवस्थाभेदा ग्राह्यग्राहकप्रपञ्चरूपाः सर्वे विशेषाः परमात्मनः स्वस्वभावस्य शम्भोश्चैतन्यमहेश्वरस्यैव। यतः स एव भगवान् सर्वस्य स्वात्मभूतः स्वस्वातन्त्र्यात्तां तामपि भूमिकां समापन्नस्तथा ग्राह्यग्राहकाद्यवस्थाविशिष्टः प्रथते यथेक्षुरसो न पुनः स्वात्मनस्तस्माद्भिन्नं किञ्चिदस्ति — इति स एक एव सर्वावस्थासु संविदनुगमात्। इत्थं सर्वत्रैकरूपतादर्शनात्प्रमाता सर्वदृश्वा भवति। यथाह श्रीशम्भुभट्टारकः

एको भावः सर्वभावस्वभावः सर्वे भावा एकभावस्वभावाह्।
एको भावस्तत्त्वतो येन दृष्टः सर्वे भावास्तत्त्वतस्तेन दृष्टाः॥

इति। भगवद्गीतास्वपि

सर्वभूतेषु येनैकं भावमक्षयमीक्षते।
अविभक्तं विभक्तेषु तज्ज्ञानं विद्धि सात्त्विकम्॥

इति॥२६॥

Ātmādvayaṁ dṛṣṭāntena nidarśayati


Rasaphāṇitaśarkarikāguḍakhaṇḍādyā yathekṣurasa eva|
Tadvadavasthābhedāḥ sarve paramātmanaḥ śambhoḥ||26||


Rasādaya ikṣubhedā yathaika evekṣurasaḥ paramārthataḥ sarvatra mādhuryānugamāttathaiva jāgradādyavasthābhedā grāhyagrāhakaprapañcarūpāḥ sarve viśeṣāḥ paramātmanaḥ svasvabhāvasya śambhoścaitanyamaheśvarasyaiva| Yataḥ sa eva bhagavān sarvasya svātmabhūtaḥ svasvātantryāttāṁ tāmapi bhūmikāṁ samāpannastathā grāhyagrāhakādyavasthāviśiṣṭaḥ prathate yathekṣuraso na punaḥ svātmanastasmādbhinnaṁ kiñcidasti — Iti sa eka eva sarvāvasthāsu saṁvidanugamāt| Itthaṁ sarvatraikarūpatādarśanātpramātā sarvadṛśvā bhavati| Yathāha śrīśambhubhaṭṭārakaḥ

Eko bhāvaḥ sarvabhāvasvabhāvaḥ sarve bhāvā ekabhāvasvabhāvāh|
Eko bhāvastattvato yena dṛṣṭaḥ sarve bhāvāstattvatastena dṛṣṭāḥ||

iti| Bhagavadgītāsvapi

Sarvabhūteṣu yenaikaṁ bhāvamakṣayamīkṣate|
Avibhaktaṁ vibhakteṣu tajjñānaṁ viddhi sāttvikam||

iti||26||

(Abhinavagupta, na estrofe seguinte,) indica (nidarśayati) o não dualismo do Ser (ātma-advayam) por meio de um exemplo (dṛṣṭāntena):


Assim como (yathā) caldo de cana-de-açúcar (rasa), açúcar sem refinar (phāṇita), açúcar refinado (śarkarikā), melaço (guḍa), açúcar caramelizado (khaṇḍa), etc. (ādyāḥ) (são) apenas (eva) (o mesmo) caldo (rasa) de cana-de-açúcar (ikṣu), da mesma forma (tadvad), todas (sarve) as variedades (bhedāḥ) de estados (avasthā) (são) de Śambhu (śambhoḥ), o Ser Supremo (parama-ātmanaḥ)||26||


Assim como (yathā) as variedades (bhedāḥ) de cana-de-açúcar (ikṣu), (tais como) o caldo (rasa), etc. (ādayaḥ) (são,) na realidade (parama-arthataḥ), apenas (eva) uma (coisa) (ekaḥ), (isto é, o próprio) caldo da cana-de-açúcar (ikṣu-rasaḥ), a partir (da presença de) doçura (mādhurya-anugamāt) em cada caso (sarvatra), da mesma forma (tathā eva), todos (sarve) os bheda-s ou variedades (bhedāḥ... viśeṣāḥ) de estados (avasthā) —p. ex.: vigília (jāgrat), etc. (ādi)—, que consistem em (rūpāḥ) uma manifestação (prapañca) de sujeitos (grāhaka) (e) objetos (grāhya), (são) do Ser Supremo (parama-ātmanaḥ) —a própria natureza essencial (sva-sva-bhāvasya)—, (isto é, pertencem a) Śambhu (śambhoḥ), ao Grande Senhor (mahā-īśvarasya), (que) é Caitanya ou Consciência em Liberdade Absoluta (caitanya).

Já que (yatas) o Afortunado (Senhor) (saḥ eva bhagavān) é (bhūtaḥ) o próprio (sva) Ser (ātma) de tudo (sarvasya), realiza (samāpannaḥ) diversos (tām tām api) papéis (bhūmikām) devido à Sua Liberdade (sva-svātantryāt) (e), assim, parece (tathā... prathate) caracterizado (viśiṣṭaḥ) pelos estados (avasthā) de objeto (grāhya), sujeito (grāhaka), etc. (ādi), como (yathā) (no caso do) caldo da cana-de-açúcar (ikṣu-rasaḥ). No entanto (punar), não há nada (na... kiñcid asti) diferente (bhinnam) Dele (tasmāt), do próprio Ser (sva-ātmanaḥ). Assim (iti), Ele (saḥ) (é) apenas (eva) um (ekaḥ), porque ingressa (anugamāt), como pura Consciência (saṁvid), em todos os estados (sarva-avasthāsu).

Dessa forma (ittham), o experimentador ou conhecedor (pramātā), como percebe (darśanāt) uniformidade (eka-rūpatā) em todos os lugares (sarvatra), torna-se (bhavati) o vidente (dṛśvā) de tudo (sarva) --alguém que vê tudo--.

Tal como (yathā) disse (āha) o venerável Śambhubhaṭṭāraka (śrī-śambhubhaṭṭārakaḥ):

"Um (ekaḥ) Ser (bhāvaḥ) (é) a natureza essencial (sva-bhāvaḥ) de todos (sarva) os seres (bhāva) (e, da mesma forma,) todos (sarve) os seres (bhāvāḥ) têm um único (eka) Ser (bhāva) como natureza essencial (sva-bhāvāh). Realmente (tattvatas)(dṛṣṭāḥ) todos (sarva) os seres (bhāvāḥ) aquele que (yena) verdadeiramente (tattvatas)(tena dṛṣṭaḥ) um único (ekaḥ) Ser (bhāvaḥ... iti)."

Nos (versos da) Bhagavadgītā (bhagavat-gītāsu), também (api) (se lê):

"Saiba que (viddhi) pertence à modalidade chamada Sattva (sāttvikam) esse (tad) conhecimento (jñāna) por meio do qual (yena) alguém vê (īkṣate) o único (ekam) (e) imperecível (akṣayam) Ser (bhāvam) em todos os seres (sarva-bhūteṣu), (por meio do qual alguém vê) o Íntegro (avibhaktam) no que está dividido --os seres que formam múltiplas divisões-- (vibhakteṣu... iti)."

||26||


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 Estrofe 27

तीर्थान्तरपरिकल्पितस्तु भेदः संवृत्यर्थमभ्युपगतोऽपि न सत्यभूमाववकल्पते — इत्याह


विज्ञानान्तर्यामिप्राणविराड्देहजातिपिण्डान्ताः।
व्यवहारमात्रमेतत् परमार्थेन तु न सन्त्येव॥२७॥


विज्ञानमिति बोधमात्रमेव केवलमनुपाधि नामरूपरहितमप्यनादिवासनाप्रबोधवैचित्र्यसामर्थ्यान्नीलसुखादिरूपं बाह्यरूपतया नाना प्रकाशते — इति विज्ञानवादिनः।

पुरुष एवेदं सर्वम्...।
नेह नानास्ति किञ्चन...।

इति न्यायेनान्तर्यामि सर्वस्य — इति परं ब्रह्मैवानाद्यविद्यावशाद्भेदेन प्रकाशते — इति ब्रह्मवादिनः। अत्रोभयत्रापि वेदनस्य स्वातन्त्र्यं जीवितभूतं विश्वनिर्माणहेतुः — इति न चेतितम्। अन्ये प्राणब्रह्मवादिनस्तु यथाप्राणनमेव विश्वमागूर्य वर्तते नहि प्राणनादृतेऽन्यत्किञ्चिद्ब्रह्मणो रूपम् — इति सविमर्शं शब्दब्रह्म — इत्याहुः। अपरे प्रतिपन्ना यथा विराड्देहमिति वैराजमपि ब्रह्मणः सत्यभूतम् — इति। यथोक्तम्

यस्याग्निरास्यं द्यौर्मूर्धा खं नाभिश्चरणौ क्षितिः।
सूर्यश्चक्षुर्दिशः श्रोत्रे तस्मै लोकात्मने नमः॥

इत्येवमादि। जातिरिति महासत्तासामान्यलक्षणं सर्वगुणाश्रयं वस्तु परमार्थसत् — इति वैशेषिकादयो ब्रुवते। अन्ये पिण्डा इति व्यक्तय एव परमार्थसत्यो नहि सामान्यं नाम किञ्चिदेकमनेकगुणाश्रयं प्रकाशते नाप्युपपद्यते वा — इति व्यक्तीनामेव व्यवहारः परिसमाप्तः किं सामान्येन — इति नानावृत्तिविकल्पैः सामान्यं विवदमाना व्यक्तयो नानुयन्त्यन्यदनुयायि न भासत इत्येवमादि बहु ब्रुवन्तो जातिर्न परमार्थ इति प्रतिपन्नाः — इत्येव विज्ञानादिः पिण्डोऽन्ते येषां भेदानां ते तथोक्ता व्यवहारमात्रमेतदित्यस्मिन् स्वातन्त्र्यवादे प्रकाशमानस्य वस्तुनोऽनपह्नवनीयत्वादेते भेदाः संवृतिसत्यत्वेन प्रकाशन्ते परमार्थेन तु न सन्त्येवेति न पुनः सतत्त्वतयैते भेदास्तीर्थान्तरपरिकल्पितभेदा विद्यमाना एव। तस्मादेक एव परमप्रकाशपरमार्थः स्वतन्त्रश्चैतन्यमहेश्वर इत्थमित्थं चकास्ति यतोऽन्यस्यैतद्व्यतिरिक्तस्याप्रकाशरूपस्य प्रकाशमानताभावात्। यदुक्तम्

तीर्थक्रियाव्यसनिनः स्वमनीषिकाभिरुत्प्रेक्ष्य तत्त्वमिति यद्यदमी वदन्ति।
तत् तत्त्वमेव भवतोऽस्ति न किञ्चिदन्यत्सङ्ज्ञासु केवलमयं विदुषां विवादः॥

इति॥२७॥

Tīrthāntaraparikalpitastu bhedaḥ saṁvṛtyarthamabhyupagato'pi na satyabhūmāvavakalpate — Ityāha


Vijñānāntaryāmiprāṇavirāḍdehajātipiṇḍāntāḥ|
Vyavahāramātrametat paramārthena tu na santyeva||27||


Vijñānamiti bodhamātrameva kevalamanupādhi nāmarūparahitamapyanādivāsanāprabodhavaicitryasāmarthyānnīlasukhādirūpaṁ bāhyarūpatayā nānā prakāśate — Iti vijñānavādinaḥ|

Puruṣa evedaṁ sarvam...|
Neha nānāsti kiñcana...|

Iti nyāyenāntaryāmi sarvasya — Iti paraṁ brahmaivānādyavidyāvaśādbhedena prakāśate — Iti brahmavādinaḥ| Atrobhayatrāpi vedanasya svātantryaṁ jīvitabhūtaṁ viśvanirmāṇahetuḥ — Iti na cetitam| Anye prāṇabrahmavādinastu yathāprāṇanameva viśvamāgūrya vartate nahi prāṇanādṛte'nyatkiñcidbrahmaṇo rūpam — Iti savimarśaṁ śabdabrahma — Ityāhuḥ| Apare pratipannā yathā virāḍdehamiti vairājamapi brahmaṇaḥ satyabhūtam — Iti| Yathoktam

Yasyāgnirāsyaṁ dyaurmūrdhā khaṁ nābhiścaraṇau kṣitiḥ|
Sūryaścakṣurdiśaḥ śrotre tasmai lokātmane namaḥ||

Ityevamādi| Jātiriti mahāsattāsāmānyalakṣaṇaṁ sarvaguṇāśrayaṁ vastu paramārthasat — Iti vaiśeṣikādayo bruvate| Anye piṇḍā iti vyaktaya eva paramārthasatyo nahi sāmānyaṁ nāma kiñcidekamanekaguṇāśrayaṁ prakāśate nāpyupapadyate vā — Iti vyaktīnāmeva vyavahāraḥ parisamāptaḥ kiṁ sāmānyena — Iti nānāvṛttivikalpaiḥ sāmānyaṁ vivadamānā vyaktayo nānuyantyanyadanuyāyi na bhāsata ityevamādi bahu bruvanto jātirna paramārtha iti pratipannāḥ — Ityeva vijñānādiḥ piṇḍo'nte yeṣāṁ bhedānāṁ te tathoktā vyavahāramātrametadityasmin svātantryavāde prakāśamānasya vastuno'napahnavanīyatvādete bhedāḥ saṁvṛtisatyatvena prakāśante paramārthena tu na santyeveti na punaḥ satattvatayaite bhedāstīrthāntaraparikalpitabhedā vidyamānā eva| Tasmādeka eva paramaprakāśaparamārthaḥ svatantraścaitanyamaheśvara itthamitthaṁ cakāsti yato'nyasyaitadvyatiriktasyāprakāśarūpasya prakāśamānatābhāvāt| Yaduktam

Tīrthakriyāvyasaninaḥ svamanīṣikābhirutprekṣya tattvamiti yadyadamī vadanti|
Tat tattvameva bhavato'sti na kiñcidanyatsaṅjñāsu kevalamayaṁ viduṣāṁ vivādaḥ||

iti||27||

(Abhinavagupta, nessa estrofe,) disse (āha) (o seguinte:) "No entanto (tu), a variedade (de opiniões sobre a Mais Alta Realidade) (bhedaḥ) criada (parikalpitaḥ) por outras (antara) filosofias (tīrtha), ainda que (api) seja admitida (abhyupagataḥ) para (artham) (estabelecer) uma convenção (que oculta a Verdade) (saṁvṛti), não é adequada para (na... kalpate) o plano (bhūmau) da Verdade (satya... iti)":


Determinações bem definidas (antāḥ) (tais como:) "Consciência como uma corrente" (vijñāna), "Aquele que mora dentro" (antar-yāmi), "a energia vital" (prāṇa), "Aquele cujo corpo é o macrocosmo" (virāṭ-deha), "o Universal" (jāti) (e) "os Indivíduos" (piṇḍa)... isso (etad) (é) apenas (mātram) discurso empírico --um mero convencionalismo-- (vyavahāra)... no entanto (tu), (todas essas coisas) não (na) existem (santi) realmente (parama-arthena) de forma alguma (eva)!||27||


"Vijñāna" (Vijñānam iti) (é) apenas (kevalam) mera (mātram eva) Consciência (como uma corrente) (bodha), que, (embora seja) livre de limitações (anupādhi) —é inclusive desprovida de (rahitam api) nome (nāma) (e) forma (rūpa)— aparece (prakāśate) de forma variada --de diferentes formas-- (nānā) (e) com uma forma externa (bāhya-rūpatayā) como azul, prazer, etc. (nīla-sukha-ādi-rūpam) devido à (sāmarthyāt) multiplicidade (vaicitrya) de cognições (prabodha) (geradas) por tendências residuais (vāsanā) sem começo (an-ādi). É isso que formulam os seguidores da doutrina da Consciência como uma corrente --isto é, os seguidores de budismo Yogācāra-- (iti vijñāna-vādinaḥ).

Segundo o axioma (nyāyena):

"Apenas (eva) Puruṣa --a Pessoa Suprema-- (puruṣaḥ) (é) tudo (sarvam) isso (idam)...
Aqui (iha), não há, de forma alguma (na... asti kiñcana), multiplicidade --nada é diferente Dele-- (nānā... iti)..."

o Próprio (eva) Supremo (param) Brahma (brahma), que é "Aquele que mora dentro (antar-yāmi) em relação a Tudo (sarvasya... iti)", aparece (prakāśate) como dual (bhedena) devido à (vaśāt) ignorância (avidyā) sem começo (an-ādi). Isso é o que estabelecem os seguidores da doutrina de Brahma --isto é, os seguidores do Advaitavedānta-- (iti brahma-vādinaḥ).

Aqui (atra), em ambos os casos --tanto no budismo Yogācāra quanto no Advaitavedānta-- (ubhayatra api), não se percebeu (na cetitam) que a Liberdade (svātantryam) da Consciência (vedanasya), a qual é (bhūtam) Vida (jīvita), é a causa (hetuḥ) da manifestação universal (viśva-nirmāṇa... iti).

Entretanto (tu), outros (anye), conhecidos como seguidores da doutrina (vādinaḥ) de Brahma (brahma) como prāṇa ou energia vital (prāṇa), após pronunciar o āgur --uma exclamação de aprovação utilizada nos rituais védicos-- (āgūrya) (para a asserção) "O universo (viśvam) somente (eva) existe (vartate) como (yathā) energia vital (prāṇanam)", (proclamam) que Brahma (brahmaṇaḥ) não tem outra (nahi... anyat kiñcid) forma ou natureza (rūpam) além (ṛte) da energia vital (prāṇanāt). Dessa forma (iti), eles chamam (essa energia vital) (āhuḥ): "Śabdabrahma --Brahma como palavra-- (śabda-brahma) dotado de Consciência (sa-vimarśam... iti)".

(Por sua vez,) outros (apare) estão convencidos (pratipannāḥ) de que inclusive (api) Vairāja (vairājam) como (yathā) "Aquele cujo corpo é o macrocosmo (virāṭ-deham iti)" é (bhūtam) a verdade (satya) com referência a Brahma (brahmaṇaḥ... iti).

Como foi dito (yathā uktam) (no Mahābhārata 12.47.44):

"Saudação (namas) a esse (tasmai) Ser universal (loka-ātmane) cuja (yasya) boca (āsyam) (é) fogo (agniḥ), (cuja) cabeça (mūrdhā) (é) o Céu (dyaus), (cujo) umbigo (nābhiḥ) (é) o firmamento (kham), (cujos) pés (caraṇau) (são) a terra (kṣitiḥ), (cujo) olho (cakṣus) (é) o sol (puruṣaḥ) (e cujos) ouvidos (śrotre) (são) as direções (diśaḥ... iti)!"

(o Ser macrocósmico) é de tal natureza (evam-ādi).

Os seguidores do sistema Vaiśeṣika (vaiśeṣika), etc. (ādayaḥ) dizem (bruvate) que a realidade ou substância (vastu) (chamada) "o Universal" (jātiḥ iti) e caracterizada (lakṣaṇam) pela universalidade (sāmānya) (na forma da) grande (mahā) existência (sattā), que é o substrato (āśrayam) de todos (sarva) os atributos (guṇa), é (sat) a Mais Alta (parama) Realidade (artha... iti).

(Inclusive) outros (anye) (postulam) que apenas os indivíduos (vyaktayaḥ), (denominados) "piṇḍa-s (piṇḍāḥ iti)", são (satyaḥ) a Mais Alta (parama) Realidade (artha). Nada (nahi... kiñcid) chamado (nāma) a universalidade --o Jāti ou Universal-- (sāmānya) se manifesta (prakāśate) ou (vā) inclusive (api) existe (na upapadyate). Assim (iti), (quando) a atividade comum (vyavahāraḥ) se relaciona (parisamāptaḥ) apenas (eva) com os indivíduos (vyaktīnām), "qual é a utilidade de um Universal (kim sāmānyena... iti)?" Questionando (vivadamānāḥ) a universalidade --a noção de um Universal-- (sāmānyam) (e também discutindo) as diferentes ideias (nānā... vikalpaiḥ) (que apoiam a sua) existência (vṛtti), eles dizem frequentemente (bahu bruvantaḥ) coisas como (evam-ādi): "(Se) os indivíduos (vyaktayaḥ) não (na) buscarem (anuyanti), outra (realidade universal) (anyat) dependente do (seu ato de buscar) (anuyāyi) não se manifesta (bhāsate... iti)" (e, como resultado,) ficam convencidos de que (pratipannāḥ) "O Universal (jātiḥ) não é (na) a Mais Alta Realidade (parama-arthaḥ... iti)". Dessa forma (iti eva), no caso das variedades (de opiniões sobre a Mais Alta Realidade) (bhedānām), que (yeṣām) começam com (ādiḥ) "Consciência como uma corrente" (vijñāna) e terminam em (ante) "os Indivíduos" (piṇḍaḥ), elas (te) (são apenas) hipotéticas (tathā-uktāḥ). (Com a frase que aparece na estrofe) "isso (etad) (é) apenas (mātram) discurso empírico --um mero convencionalismo-- (vyavahāra... iti)", (o autor quer dizer que) essas (ete) distintas (opiniões sobre a Mais Alta Realidade) (bhedāḥ) aparecem (prakāśante) como uma verdade convencional (que esconde a Verdade real) (saṁvṛti-satyatvena), já que não há nenhuma negação ou ocultação (anapahnavanīyatvāt) da refulgente e evidente (prakāśamānasya) Realidade (vastunaḥ) nesta doutrina (asmin... vāde) da Liberdade Absoluta (svātantrya) --isto é, no sistema Trika--. (Por outro lado, pela expressão:) "(todas essas coisas) não (na) existem (santi) realmente (parama-arthena) de forma alguma (eva... iti)!", (o significado é que,) não obstante (a sua parafernália de teorias) (punar), essas (ete) diferentes (opiniões sobre a Mais Alta Realidade) (bhedāḥ) não são (na) reais ou verdadeiras (satattvatayā). (Em suma, essas) diferentes (opiniões sobre a Mais Alta Realidade) (bhedāḥ) criadas (parikalpita) por outras (antara) filosofias (tīrtha) apenas (eva) existem (vidyamānāḥ), (mas não contêm a Verdade).

Portanto (tasmāt), apenas (eva) um único (ekaḥ) (e) Livre (svatantraḥ) Grande (mahā) Senhor (īśvaraḥ), (também chamado) Caitanya --Consciência em Liberdade Absoluta-- (caitanya), brilha (cakāsti) (aqui) nessa e naquela forma (ittham ittham) como a Mais Alta Realidade (parama-arthaḥ) (ou) Suprema (parama) Refulgência (prakāśa), porque (yatas), se houvesse outra (realidade) (anyasya) diferente (vyatiriktasya) Dele (etad), (tal realidade) seria (rūpasya) desprovida da (Sua) Refulgência (aprakāśa) --permaneceria sem se manifestar-- devido à ausência (abhāvāt) da (sua) manifestação por meio da Sua Luz (prakāśamānatā).

Como foi dito (yathā uktam):

"Qualquer coisa que (yad yad) aqueles (amī) que estão viciados pela (vyasaninaḥ) atividade filosófica (tīrtha-kriyā) dizem (vadanti) que é a Verdade (tattvam iti) depois de observar e refletir (utprekṣya) por meio das próprias inteligências (sva-manīṣikābhiḥ), essa (tad) verdade (tattvam) é (asti) apenas (eva) Sua (bhavataḥ) (e) nada mais (na kiñcid anyat). Isso --o resto-- (ayam) (é) apenas (kevalam) uma disputa (vivādaḥ) entre eruditos (viduṣām) sobre termos técnicos (saṅjñāsu)."

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Ainda sem notas explicativas

Ao início


 Informação adicional

Gabriel Pradīpaka

Este documento foi concebido por Gabriel Pradīpaka, um dos dois fundadores deste site, e guru espiritual versado em idioma Sânscrito e filosofia Trika.

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