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 O Paramārthasāra (Paramarthasara) de Abhinavagupta: Estrofes 51 a 54 - Shaivismo Não-dual da Caxemira

Tradução normal


 Introdução

O Paramārthasāra continua com mais quatro estrofes. Esse é o décimo terceiro conjunto de estrofes, que é composto de 4 das 105 estrofes que constituem a obra como um todo.

Obviamente, também inserirei as estrofes originais sobre as quais Yogarāja está comentando. Escreverei várias notas para que esse livro fique tão compreensível quanto possível.

O Sânscrito de Yogarāja estará em verde escuro, enquanto as estrofes originais de Abhinavagupta serão exibidas em vermelho escuro. Por sua vez, dentro da transliteração, as estrofes originais estarão em marrom, enquanto os comentários de Yogarāja serão mostrados em preto. Além disso, dentro da tradução, as estrofes originais de Abhinavagupta, isto é, o Paramārthasāra, estarão nas cores verde e preto, enquanto o comentário de Yogarāja conterá palavras tanto em preto quanto em vermelho.

Leia o Paramārthasāra e experimente Supremo Ānanda ou Divina Alegria, querido Śiva.

Importante: Tudo o que está entre parênteses e em itálico dentro da tradução foi agregado por mim para completar o sentido de uma determinada frase ou oração. Por sua vez, tudo o que está dentro de um duplo hífen (-- ... --) constitui informação esclarecedora adicional também agregada por mim.


Obrigado a Paulo & Claudio que traduziram este documento do inglês/espanhol para o português brasileiro.


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 Estrofe 51

तदेवं व्याख्यातेन क्रमेण सर्वो ममायं विभव इति दार्ढ्येन स्वात्मानं प्रत्यवमृशन्परब्रह्मस्वरूपो योगी भवतीत्याह


इत्थं द्वैतविकल्पे गलिते प्रविलङ्घ्य मोहनीं मायाम्।
सलिले सलिलं क्षीरे क्षीरमिव ब्रह्मणि लयी स्यात्॥५१॥


अनेन प्रकारेण सर्वाहम्भावपरिशीलनयुक्त्या द्वैतविकल्पे गलिते — भेदप्रथायां विलीनायां मोहनीं मायां प्रविलङ्घ्यानात्मन्यात्माभिमानरूपामख्यातिं भेदप्रथाहेतुमहमेव विश्वात्मेति सङ्कोचापसरणेन समुत्सृज्य ज्ञानी ब्रह्मणि बृंहणात्मके पूर्णे चिदानन्दैकघने स्वरूपे लयी स्यात्सङ्कोचविलयाद्ब्रह्मतादात्म्यं यायात्। किं यथा — इत्याह सलिल इत्यादि। यथा सलिलमुद्धृतं नानाघटादिभिर्जलं क्षीरं वा विविधशावलेयबाहुलेयाद्यनेकगोसहस्रसम्भिन्नं पुनरपि घटशावलेयादिकृतभेदसङ्कोचपरिक्षयात्सलिले सलिलं प्रविष्टं क्षीरे क्षीरं वा — इत्येकमेव तद्वस्तु न तत्र भेदः स्फुरति तथैव देहप्राणपुर्यष्टकशून्यात्मकप्रत्यवमर्शभङ्गाद्ब्रह्मैव सम्पद्यते। यथाह भट्टदिवाकरवत्सः

जाते देहप्रत्ययद्वीपभङ्गे प्राप्तैकध्ये निर्मले बोधसिन्धौ।
अव्यावर्त्य त्विन्द्रियग्राममन्तर्विश्वात्मा त्वं नित्य एकोऽवभासि॥

इति कक्ष्यास्तोत्रे॥५१॥

Tadevaṁ vyākhyātena krameṇa sarvo mamāyaṁ vibhava iti dārḍhyena svātmānaṁ pratyavamṛśanparabrahmasvarūpo yogī bhavatītyāha


Itthaṁ dvaitavikalpe galite pravilaṅghya mohanīṁ māyām|
Salile salilaṁ kṣīre kṣīramiva brahmaṇi layī syāt||51||


Anena prakāreṇa sarvāhambhāvapariśīlanayuktyā dvaitavikalpe galite — Bhedaprathāyāṁ vilīnāyāṁ mohanīṁ māyāṁ pravilaṅghyānātmanyātmābhimānarūpāmakhyātiṁ bhedaprathāhetumahameva viśvātmeti saṅkocāpasaraṇena samutsṛjya jñānī brahmaṇi bṛṁhaṇātmake pūrṇe cidānandaikaghane svarūpe layī syātsaṅkocavilayādbrahmatādātmyaṁ yāyāt| Kiṁ yathā — Ityāha salila ityādi| Yathā salilamuddhṛtaṁ nānāghaṭādibhirjalaṁ kṣīraṁ vā vividhaśāvaleyabāhuleyādyanekagosahasrasambhinnaṁ punarapi ghaṭaśāvaleyādikṛtabhedasaṅkocaparikṣayātsalile salilaṁ praviṣṭaṁ kṣīre kṣīraṁ vā — Ityekameva tadvastu na tatra bhedaḥ sphurati tathaiva dehaprāṇapuryaṣṭakaśūnyātmakapratyavamarśabhaṅgādbrahmaiva sampadyate| Yathāha bhaṭṭadivākaravatsaḥ

Jāte dehapratyayadvīpabhaṅge prāptaikadhye nirmale bodhasindhau|
Avyāvartya tvindriyagrāmamantarviśvātmā tvaṁ nitya eko'vabhāsi||

Iti kakṣyāstotre||51||

Dessa forma (tad evam), (Abhinavagupta) disse (na estrofe 51) que (iti āha) aquele que se torna firmemente consciente do (dārḍhyena... pratyavamṛśan) seu próprio Ser (sva-ātmānam) (na forma de) "Toda (sarvaḥ) esta (ayam) Glória (vibhavaḥ) (é) minha (mama... iti)" na maneira (krameṇa) que foi (previamente) explicada (vyākhyātena) torna-se (bhavati) um Yogī (yogī) cuja natureza (sva-rūpaḥ) é o Supremo (para) Brahma (brahma):


Dessa forma (ittham), quando perece o pensamento dualista (dvaita-vikalpe galite), (o grande Yogī,) elevando-se além (pravilaṅghya) da ilusiva (mohanīm) Māyā (māyām), dissolve-se (layī syāt) em Brahma (brahmaṇi) como (iva) água (salilam) em água (salile) (ou) leite (kṣīram) em leite (kṣīre)||51||


(A primeira expressão, "Itthaṁ dvaitavikalpe galite", significa:) Dessa forma (anena prakāreṇa), quando perece o pensamento dualista (dvaita-vikalpe galite) —quando a disseminação da dualidade desapareceu por completo (bheda-prathāyām vilīnāyām)— por meio de (yuktyā) um contato (pariśīlana) com o estado (bhāva) de "Eu" --Aham-- (aham) em tudo (sarva) --isto é, quando se sente que tudo é "Eu"--. (A frase "pravilaṅghya mohanīṁ māyām" significa:) Elevando-se além (pravilaṅghya) da ilusiva (mohanīm) Māyā (māyām), (em outras palavras,) abandonando (samutsṛjya) a ignorância primordial --Āṇavamala-- (akhyātim), que é a causa (hetum) da disseminação (prathā) de dualidade (bheda) (e) que se baseia em (rūpām) pensar (abhimāna) que o não Ser (anātmani) é o Ser (ātma). (Mas como?) Fazendo (todas) as limitações irem embora (saṅkoca-apasaraṇena) (pela percepção de que) "Eu (aham) Mesmo (eva) sou o universo (viśva-ātmā iti)". (A declaração "brahmaṇi layī syāt" indica que) o Conhecedor do Ser --o grande Yogī-- (jñānī) se dissolve (layī syāt) em Brahma (brahmaṇi), a única (eka) massa compacta (ghane) de Consciência (cit) (e) Alegria (ānanda), que é expansiva (bṛṁhaṇa-ātmake), plena (pūrṇe) (e) a própria natureza essencial --a essência desse Conhecedor do Ser-- (sva-rūpe). (Em suma, essa grande alma) torna-se idêntica a (tādātmyam yāyāt) Brahma (brahma) pela extirpação (vilayāt) das (suas) limitações (saṅkoca).

"A que (kim) se assemelha (yathā... iti) (o processo de se dissolver em Brahma)?". (Abhinavagupta) disse (āha) "salile (salile)", etc. (iti-ādi). Assim como (yathā) (no caso de) salila (salilam) (ou) a água (jalam) extraída (de um poço) (uddhṛta) por diferentes recipientes, etc. (nānā-ghaṭa-ādibhiḥ), ou (vā) (no caso do) leite (kṣīram) que foi combinado (sambhinnam) (após a extração) a partir de muitas (aneka) milhares (sahasra) de vacas (go) de vários tipos (vividha) (tais como) malhadas (śāvaleya), não malhadas (bāhuleya), etc. (ādi), a partir da cessação (parikṣayāt) das limitações (saṅkoca) dualistas (bheda) produzidas (kṛta) pelas (entidades denominadas) recipiente (ghaṭa), vaca malhada (śāvaleya), etc. (ādi), "a água (salilam) entra (praviṣṭam) na água (salile) ou (vā) o leite (kṣīram) entra (praviṣṭam) no leite (kṣīre... iti), inclusive (api) outra vez (punar... iti)" —(em suma, ao ser) isso --água misturada com água ou leite misturado com leite-- (tad) somente (eva) uma única (ekam) realidade (vastu), a diferenciação (bhedaḥ) não aparece (na... sphurati) ali (tatra)—, da mesma forma (tathā eva), a partir da interrupção (bhaṅgāt) da experiência --contato-- (pratyavamarśa) relativa a (ātmaka) corpo físico (deha), energia vital (prāṇa), corpo sutil (puryaṣṭaka) (e) vazio (śūnya), surge (sampadyate) Brahma (brahma eva).

Como (yathā) o erudito (bhaṭṭa) Divākaravatsa (divākaravatsaḥ) disse (āha) em (seu) Kakṣyāstotra (kakṣyāstotre):

"Quando ocorre a divisão da ilha (denominada) noção de (ser) o corpo físico (jāte deha-pratyaya-dvīpa-bhaṅge), (isto é,) quando o imaculado Oceano da Consciência se torna simultaneamente um (de novo) (prāpta-aikadhye nirmale bodha-sindhau), sem virar o grupo dos sentidos em direções diferentes (avyāvartya tu indriya-grāmam), Você (tvam) brilha (avabhāsi) dentro (antar) como o único (ekaḥ) (e) eterno (nityaḥ) Ser (ātmā... iti) universal (viśva)".

||51||.


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 Estrofe 52

एवं ब्रह्मसत्तामधिरूढस्य योगिनो द्वन्द्वाभिभवोऽपि ब्रह्ममय एव न स्वरूपविप्रलोपाय प्रगल्भते — इत्याह


इत्थं तत्त्वसमूहे भावनया शिवमयत्वमभियाते।
कः शोकः को मोहः सर्वं ब्रह्मावलोकयतः॥५२॥


एवं निर्णीतेन प्रकारेण गलितकञ्चुकबन्धस्य योगिनस्तत्त्वसमूहे भूतविषयेन्द्रियव्राते भावनया सर्वमिदमेका स्वसंवित् — इति दृढप्रतिपत्त्या शिवमयत्वं प्राप्ते — परमाद्वयरूपतां याते शोकमोहोपलक्षिता द्वन्द्वाभिभवाः सर्वमिदं तत्त्वव्रातं ब्रह्म पश्यतोऽस्य न केचनैव ते ब्रह्ममयत्वात्सर्वे स्वरूपरूपा इति न खेदाय प्रभवन्ति॥५२॥

Evaṁ brahmasattāmadhirūḍhasya yogino dvandvābhibhavo'pi brahmamaya eva na svarūpavipralopāya pragalbhate — Ityāha


Itthaṁ tattvasamūhe bhāvanayā śivamayatvamabhiyāte|
Kaḥ śokaḥ ko mohaḥ sarvaṁ brahmāvalokayataḥ||52||


Evaṁ nirṇītena prakāreṇa galitakañcukabandhasya yoginastattvasamūhe bhūtaviṣayendriyavrāte bhāvanayā sarvamidamekā svasaṁvit — Iti dṛḍhapratipattyā śivamayatvaṁ prāpte — Paramādvayarūpatāṁ yāte śokamohopalakṣitā dvandvābhibhavāḥ sarvamidaṁ tattvavrātaṁ brahma paśyato'sya na kecanaiva te brahmamayatvātsarve svarūparūpā iti na khedāya prabhavanti||52||

Dessa forma (evam), no caso do Yogī (yoginaḥ) que ascendeu (adhirūḍhasya) à Realidade (sattām) de Brahma (brahma), inclusive (api) a subjugação sob (abhibhavaḥ) os pares de opostos (dvandva) —sendo ele somente Brahma (brahma-mayaḥ eva)— não pode (na... pragalbhate) aniquilar (vipralopāya) a própria natureza essencial (sva-rūpa). (Abhinavagupta) disse (āha) assim (iti) (na estrofe 52:)


Dessa forma (ittham), quando o conjunto de tattva-s ou categorias alcança identidade com Śiva (tattva-samūhe... śiva-mayatvam abhiyāte) por meio da contemplação (bhāvanayā), que (kaḥ) pesar (śokaḥ) (e) que (kaḥ) ilusão (mohaḥ) (podem sobrevir) àquele que vê (avalokayataḥ) tudo (sarvam) como Brahma (brahma)?||52||


Assim (evam), no caso do Yogī (yoginaḥ) no qual a escravidão (bandhasya) (na forma) de Kañcuka-s ou Envoltórios (de Māyā) (kañcuka) desapareceu (galita) da forma (prakāreṇa) que foi investigada (nirṇītena), quando o conjunto de tattva-s ou categorias alcança identidade com Śiva (tattva-samūhe... śiva-mayatvam prāpte)(ou seja,) quando o grupo de indriya-s --poderes de percepção e ação, tattva-s 17 a 26-- cuja esfera de atividade é os elementos brutos --tattva-s 32 a 36-- alcança o Estado que consiste em Supremo Não Dualismo (bhūta-viṣaya-indriya-vrāte... parama-advaya-rūpatām yāte)— através da contemplação (bhāvanayā)(isto é,) através da firme percepção (dṛḍha-pratipattyā) (de que) "Tudo (sarvam) isso (idam) (é) a própria (sva) Consciência (saṁvid), que é única (ekā... iti)"—, nenhum (na kecana) dos atos de subjugação sob (abhibhavāḥ) os pares de opostos (dvandva) caracterizados por (upalakṣitāḥ) pesar (śoka) (e) ilusão (moha) é capaz de produzir (na... prabhavanti) aflição (khedāya) no (Yogī) que vê (paśyataḥ asya) tudo (sarvam) isto (idam) que se compõe do (previamente mencionado) grupo (vrātam) de tattva-s (tattva) como Brahma (brahma). (Por quê?) "Porque, devido à sua identidade (mayatvāt) com Brahma (brahma), todos (sarve) esses (te) (atos de subjugação sob os pares de opostos) são da natureza (rūpāḥ) da sua essência --da essência do grande Yogī, isto é, eles são o seu Ser-- (sva-rūpa... iti)"||52||


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 Estrofe 53

ननु परमाद्वयरूपस्यापि ज्ञानिनोऽवश्यं स्थिते शरीरेऽपि तद्धेतुकशुभाशुभकर्मफलसञ्चयः किमिति न स्यात् — इति परिहरति


कर्मफलं शुभमशुभं मिथ्याज्ञानेन सङ्गमादेव।
विषमो हि सङ्गदोषस्तस्करयोगोऽप्यतस्करस्येव॥५३॥


अश्वमेधब्रह्महननादिरूपपुण्यापुण्यकर्मफलप्रचयसञ्चयोऽपि मिथ्याज्ञानेन सङ्गमादेव प्रादुर्भवत्यहं शरीरीदमश्वमेधादि ममोपायतयास्तु - इति यदनात्मन्यात्माभिमानपूर्वमात्मन्यनात्माभिमानलक्षणं वैपरीत्येन ज्ञानं तेन योऽभिष्वङ्गस्तस्मादेव पशोः शुभाशुभकर्मफलसञ्चयो येनानवरताधिवासितः संसारक्लेशभाजनं भवति। ननु ब्रह्मात्मकस्यापि प्रमातुः किमित्येतावता पशुत्वमायाति - इत्यत्रार्थान्तरमुपक्षिपति विषमो हि इत्यादि। यस्मात्सङ्गदोषः सर्वथाविषह्यो यथासाधुयोगोऽत्यन्तसाधोरपि स्वगतदोषसमर्पणं कुरुते तथैव शुद्धस्यापि प्रमातुरख्यातिजनितो मोहयोगः पशुत्वमापाद्य शुभाशुभकर्मसम्बन्धं ददाति॥५३॥

Nanu paramādvayarūpasyāpi jñānino'vaśyaṁ sthite śarīre'pi taddhetukaśubhāśubhakarmaphalasañcayaḥ kimiti na syāt — Iti pariharati


Karmaphalaṁ śubhamaśubhaṁ mithyājñānena saṅgamādeva|
Viṣamo hi saṅgadoṣastaskarayogo'pyataskarasyeva||53||


Aśvamedhabrahmahananādirūpapuṇyāpuṇyakarmaphalapracayasañcayo'pi mithyājñānena saṅgamādeva prādurbhavatyahaṁ śarīrīdamaśvamedhādi mamopāyatayāstu - Iti yadanātmanyātmābhimānapūrvamātmanyanātmābhimānalakṣaṇaṁ vaiparītyena jñānaṁ tena yo'bhiṣvaṅgastasmādeva paśoḥ śubhāśubhakarmaphalasañcayo yenānavaratādhivāsitaḥ saṁsārakleśabhājanaṁ bhavati| Nanu brahmātmakasyāpi pramātuḥ kimityetāvatā paśutvamāyāti - Ityatrārthāntaramupakṣipati viṣamo hi ityādi| Yasmātsaṅgadoṣaḥ sarvathāviṣahyo yathāsādhuyogo'tyantasādhorapi svagatadoṣasamarpaṇaṁ kurute tathaiva śuddhasyāpi pramāturakhyātijanito mohayogaḥ paśutvamāpādya śubhāśubhakarmasambandhaṁ dadāti||53||

Uma objeção (nanu): Embora o corpo ainda esteja existindo (sthite śarīre api) inclusive (api) no caso do Conhecedor do Ser (jñāninaḥ) cuja natureza (rūpasya) é Supremo (parama) Não Dualismo (advaya), certamente (avaśyam), por que (kim-iti) a multidão (sañcayaḥ) de frutos (phala) derivados de boas (śubha) (e) más (aśubha) ações (karma) causadas (hetuka) por isso --pela sua permanência no corpo físico-- (tad) não está presente (nele) (na syāt)? (Abhinavagupta) dissipa (pariharati) (essa dúvida) desta maneira (iti):


O fruto (phalam) das ações (karma), (seja) bom (śubham) (ou) ruim (aśubham), (provém) certamente (eva) da associação (saṅgamāt) com o conhecimento falso (mithyā-jñānena). (Qualquer) deficiência (doṣaḥ) no que diz respeito à associação (saṅga) (é) indubitavelmente (hi) adversa (viṣamaḥ), como (iva) o contato (yogaḥ) de alguém que não é um ladrão (ataskarasya) com um ladrão (taskara... api)||53||


Inclusive (api) o acúmulo de multidões (pracaya-sañcayaḥ) de frutos (phala) relativos a ações (karma) virtuosas (puṇya) (e) impuras (apuṇya) na forma (rūpa) (da realização do) sacrifício do cavalo (aśva-medha), o assassinato (hanana) de um sacerdote (brahma) e por aí vai (ādi), aparece (prādurbhavati) devido à associação (saṅgamāt) com o conhecimento falso (mithyā-jñānena), certamente (eva). "Eu (aham) tenho o corpo (śarīrī)", "(Que) este (idam) sacrifício de cavalo, etc. (aśva-medha-ādi) seja (astu) um meio de êxito (upāyatayā) para mim (mama... iti)!", (todo esse falso) conhecimento (jñānam) que (yad) é caracterizado pela (lakṣaṇam) concepção errônea (abhimāna) de que o Ser (ātmani) é o não Ser (anātma) acompanhado pela (pūrvam) concepção errônea (adicional) (abhimāna) de que o não Ser (anātmani) é o Ser (ātma) (atua) como uma (força) opositora (vaiparītyena). (Existe) um apego intenso (no indivíduo limitado) (yaḥ abhiṣvaṅgaḥ) a esse (conhecimento falso) (tena). Devido a esse (intenso apego) (tasmāt eva), (a consequência é) o acúmulo (sañcayaḥ) de bons (śubha) (e) maus (aśubha) frutos (phala) das ações (karma) no caso do indivíduo limitado (paśoḥ). (Como resultado,) o que está ininterruptamente (anavarata) perfumado (adhivāsitaḥ) por ele --pelo previamente mencionado acúmulo-- (yena) se torna (bhavati) um receptáculo (bhājanam) pelas aflições (kleśa) do Saṁsāra ou Transmigração (saṁsāra).

Uma objeção (nanu): "Por que (kim-iti) um sujeito --um conhecedor ou experimentador-- (pramātuḥ), embora (api) a sua natureza (ātmakasya) seja Brahma (brahma), torna-se um indivíduo limitado (paśutvam āyāti) até esse ponto (etāvatā... iti)?". (Para remover essa dúvida, na segunda parte da estrofe, Abhinavagupta) alude a (upakṣipati) um caso similar (artha-antaram) com referência a isso (que se pergunta) (atra): "Viṣamo hi (viṣamo hi)", etc. (iti-ādi). Portanto (doṣaḥ), (qualquer) deficiência (doṣaḥ) em relação à associação (saṅga) (é,) em todos os sentidos (sarvathā), intolerável (aviṣahyaḥ). Assim como (yathā) o contato (yogaḥ) com pessoas más (asādhu) transfere (samarpaṇam kurute) os seus (svagata) vícios (doṣa) inclusive a uma pessoa excessivamente boa (atyantasādhoḥ api), similarmente (tathā eva) o contato (yogaḥ) do sujeito --conhecedor ou experimentador-- (pramātuḥ) puro (śuddhasya api) com a Ilusão --Māyā-- (moha), o qual --o contato-- nasceu (janitaḥ) da ignorância primordial --Āṇavamala-- (akhyāti), trazendo(-o) ao estado de indivíduo limitado (paśutvam āpādya), confere (dadāti) (a esse sujeito puro) uma estreita conexão (sambandham) com boas (śubha) (e) más (aśubha) ações (karma)||53||


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 Estrofe 54

जन्ममरणाद्यपि न ब्रह्मरूपस्य योगिनोऽपि तु मायाप्रमातॄणामेव — इत्याह


लोकव्यवहारकृतां य इहाविद्यामुपासते मूढाः।
ते यान्ति जन्ममृत्यू धर्माधर्मार्गलाबद्धाः॥५४॥


ये प्रमातारो देहात्ममानिनो भूत्वा फलकामनाकलुषिता लोकाचाररूपां पुण्यापुण्यमयीमविद्यां भेदप्रथारूपां मायां जगति स्वर्गनरकादिफलप्राप्त्युपायत्वेन सेवन्ते ते मूढा अज्ञाः पुण्यापुण्यनिगडबद्धास्तत्फलोपभोगाय पुनः पुनर्जायन्ते म्रियन्ते च — इत्यनवरतसंसारक्लेशभाजो भवन्ति न पुनः प्रक्षीणमोहावरणो विगलितधर्माधर्मबन्धो ब्रह्मस्वभावो योगी जायते म्रियते वा — इति॥५४॥

Janmamaraṇādyapi na brahmarūpasya yogino'pi tu māyāpramātṝṇāmeva — Ityāha


Lokavyavahārakṛtāṁ ya ihāvidyāmupāsate mūḍhāḥ|
Te yānti janmamṛtyū dharmādharmārgalābaddhāḥ||54||


Ye pramātāro dehātmamānino bhūtvā phalakāmanākaluṣitā lokācārarūpāṁ puṇyāpuṇyamayīmavidyāṁ bhedaprathārūpāṁ māyāṁ jagati svarganarakādiphalaprāptyupāyatvena sevante te mūḍhā ajñāḥ puṇyāpuṇyanigaḍabaddhāstatphalopabhogāya punaḥ punarjāyante mriyante ca — Ityanavaratasaṁsārakleśabhājo bhavanti na punaḥ prakṣīṇamohāvaraṇo vigalitadharmādharmabandho brahmasvabhāvo yogī jāyate mriyate vā — Iti||54||

Embora (api) nascimento (janma), morte (maraṇa), etc. (ādi) não sejam (relevantes) (na) no caso de um Yogī (yoginaḥ) que é (rūpasya) Brahma (brahma), (são,) por outro lado, (relevantes) (api tu) no caso dos experimentadores ou conhecedores (pramātṝṇām eva) sujeitos a Māyā (māyā). (Abhinavagupta) disse (āha) assim (iti) (na estrofe seguinte:)


Os (seres) confusos (mūḍhāḥ... te) que (ye) servem (upāsate), aqui --nesse mundo-- (iha), à ignorância (avidyām) feita de (kṛtām) práticas (vyavahāra) mundanas (loka) --formas mundanas de comportamento--, ao estar aprisionados (ābaddhāḥ) pelo parafuso (argala) do que se deve fazer (dharma) (e) o que não se deve fazer (adharma), vão rumo a (yānti) nascimento e morte (janma-mṛtyū)||54||


Aqueles que (ye), após se tornarem (bhūtvā) sujeitos (pramātāraḥ) que acreditam (māninaḥ) que o corpo (deha) é o Ser (ātma), estão contaminados (kaluṣitāḥ) pelo desejo (kāmanā) dos frutos (das suas ações) (phala), servem (sevante) a Māyā (māyām), que tem a ver (rūpām) com as práticas (ācāra) mundanas (loka) --formas mundanas de comportamento--, que é ignorância (avidyām) repleta de (mayīm) atos virtuosos (puṇya) (e) atos impuros (apuṇya) (e) cuja natureza (rūpām) é a disseminação (prathā) de dualidade (bheda) nesse --lit. no-- mundo (jagati). (Eles servem a Māyā dessa maneira) como sendo um meio (upāyatvena) para conseguir (prāpti) os frutos (phala) (chamados) céu (svarga), inferno (naraka), etc. (ādi). Esses (te) (seres) confusos (mūḍhāḥ) que carecem de Conhecimento (ajñāḥ), estando atados (baddhāḥ) pelos grilhões (nigaḍa) de atos virtuosos (puṇya) (e) atos impuros (apuṇya), nascem (jāyante) e (ca) morrem (mriyante) de novo e de novo (punar punar) para o desfrute (upabhogāya) dos frutos (phala) delas --das boas e más ações-- (tad). Assim (iti), tornam-se (bhavanti) receptáculos (bhājaḥ) para as incessantes (anavarata) aflições (kleśa) do Saṁsāra --Transmigração-- (saṁsāra). Entretanto (punar), o Yogī (yogī) no qual o véu (āvaraṇaḥ) da Ilusão --Māyā-- (moha) se foi (prakṣīṇa) (e) cuja escravidão (bandhaḥ) (na forma) do que deve ser feito (dharma) (e) o que não deve ser feito (adharma) desapareceu completamente (vigalita) (porque se deu conta de que) a sua natureza essencial (svabhāvaḥ) é Brahma (brahma) e não (na) nasce (jāyate), nem (vā) morre (mriyate... iti)||54||


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 Informação adicional

Gabriel Pradīpaka

Este documento foi concebido por Gabriel Pradīpaka, um dos dois fundadores deste site, e guru espiritual versado em idioma Sânscrito e filosofia Trika.

Para maior informação sobre Sânscrito, Yoga e Filosofia Indiana; ou se você quiser fazer um comentário, perguntar algo ou corrigir algum erro, sinta-se à vontade para enviar um e-mail: Este é nosso endereço de e-mail.



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