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Aprendendo Sânscrito - Mantra-s Sagrados: Hrīm̐

Bījamantra de Bhuvaneśvarī (Śākta-Praṇava)

hrI.N

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Obrigado a Paulo & Claudio que traduziram este documento do inglês/espanhol para o português brasileiro.


Sugestões

1) O som Anunāsika (meia-lua com um ponto, no caracter sânscrito acima) é uma ressonância nasal que deve ser pronunciada mantendo a boca sempre aberta, sentindo que o som sobe do palato até a parte superior da cabeça. Se você fechasse a boca no final da sua pronúncia, essa ascensão até o topo da cabeça seria impossível. Soa como ng, aproximadamente.

2) Pronúncia 1 é um bom documento para iniciar o seu aprendizado da pronúncia.

3) Em primeiro lugar, existe uma unidade de medida chamada mātrā ou o intervalo de tempo necessário para pronunciar uma vogal curta (por exemplo, a). As vogais curtas (a, i, u, ṛ, ḷ) duram 1 mātrā, enquanto as vogais longas (ā, ī, ū, ṝ) e ditongos (e, ai, o, au) duram 2 mātrā-s. Por sua vez, Anusvāra e Visarga duram 1/2 mātrā. Anunāsika (ressonância final indicada pela meia-lua e ponto no caracter sânscrito acima) também dura 1/2 mātrā e, portanto, seu som não deve ser prolongado. Admito que essas medidas não podem ser seguidas literalmente a todo momento, mas deve-se sempre tentar segui-las o mais de perto possível.

4) Se você quiser que o Mantra tenha um efeito mais poderoso sobre você, primeiro repita-o com a língua física, e depois com a língua mental (isto é, repita-o na sua mente). Se você repeti-lo mentalmente uma vez ao inspirar e outra ao expirar, a energia contida nesse Mantra será difundida muito mais rapidamente no seu sistema.

5) Aqui você encontrará uma explicação completa da natureza, características, etc. de um Mantra.

6) A repetição mental de um Mantra é sempre mais poderosa que a pronúncia bruta realizada pela língua física, pois a língua mental é mais sutil. Mesmo assim, é geralmente bom iniciar a sua prática com um pouco de pronúncia bruta, antes de ingressar na mental.

7) A repetição de um Mantra enquanto se contempla a sua forma, isto é, os caracteres sânscritos que o constituem, é extremamente auspiciosa. Portanto, repita o Mantra enquanto contempla a sua forma e, então, feche os olhos e continue a repeti-lo mentalmente.

Transliteração IAST (Alfabeto Internacional de Transliteração Sânscrita) hriim
ITRANS (usado comumente online) hrI.N 
HARVARD-KYOTO (também usado comumente online) hrI.m

O célebre Varadātantra explica os significados de cada uma das letras que formam esse Bījamantra em seu sexto capítulo:

हकाराः शिववाची स्याद्रेफः प्रकृतिरुच्यते।
महामायार्थ इशब्दो नादो विश्वप्रसूः स्मृतः।
दुःखहरार्थको बिन्दुर्भुवनां तेन पूजयेत्॥

Hakārāḥ śivavācī syādrephaḥ prakṛtirucyate|
Mahāmāyārtha iśabdo nādo viśvaprasūḥ smṛtaḥ|
Duḥkhaharārthako bindurbhuvanāṁ tena pūjayet||

A letra (kāraḥ) "ha" (ha) expressa (vācī) Śiva (śiva), (enquanto) é dito (ucyate) (que) repha ou (a letra) "ra" (rephaḥ) é (syāt) Prakṛti (prakṛtiḥ). O som (śabdaḥ) "i" (i) significa (arthaḥ) Mahāmāyā (mahāmāyā) (e) se declara que (smṛtaḥ) nāda ou meia-lua (nādaḥ) (é) a Mãe (prasūḥ) do universo (viśvam). O bindu ou ponto (tena) significa (arthakaḥ) destruidor (hara) da dor (duḥkha). Deve-se adorar (pūjayet) Bhuvanā (bhuvanām) por meio desse (mantra semente) (tena)||

Comentário

  1. Os Tantra-s (escrituras reveladas, ver Tantrismo para mais informação) se apresentam como um diálogo entre Śiva e Śakti. Muito geralmente, Śiva age como o preceptor (mentor) espiritual ou guru, e Śakti como sua discípula ou śiṣya. O Varadātantra não é nenhuma exceção à regra.
  2. Śiva é o Senhor Supremo, como é óbvio, já que essa é uma escritura tântrica, e não védica.
  3. "Repha" é o nome da letra "ra". Algumas outras letras também têm um nome, por exemplo, Visarga (ḥ), Anusvāra (ṁ), etc., mas nem todas as letras do alfabeto sânscrito têm um nome como na língua grega.
  4. Prakṛti é a fonte da matéria. Todo o universo material se manifesta a partir dela. Para mais informação, ver Tabela de Tattva-s.
  5. O Anunāsika (a meia-lua e ponto) também se denomina Nādabindu, sendo "nāda" a meia-lua e "bindu" o ponto. Para mais informação sobre Nādabindu, leia Meditação 6, por favor.
  6. Mahāmāyā ou grande Māyā (o poder que encobre) é, segundo o Trika (Shaivismo não dual da Caxemira), um tipo especial de Māyā que opera nos tattva-s 3 a 5. Ela se chama assim porque sujeito ("Eu") e objeto ("isso") existem como duas realidades, mas, ainda assim, o sujeito experimenta unidade com o objeto. Por sua vez, sob a influência da "Māyā" comum, o sujeito não experimenta unidade com o objeto, mas sim se sente diferente e separado dele. Para mais informação, ver os documentos na seção "Trika/Trika (panorama)".
  7. Nesse mantra semente, "nāda" (a meia-lua no Anunāsika) é a Mãe do universo, ou seja, a Suprema Śakti ou Poder a partir da qual se manifestou todo o cosmos.
  8. Embora você possa ver que as letras que formam o mantra semente são: "h", "r", "ī" e Anunāsika (meia-lua e ponto), as consoantes do alfabeto sânscrito têm um "a" anexado. Qual a razão para isso? É porque "a" é Śiva, o Ser Supremo, e, sem Ele, todas as consoantes são estéreis, por assim dizer, ou seja, não têm poder algum. Dessa forma, Śiva descreve as consoantes originais incluindo "a" na estrofe, isto é, "ha" e "ra", embora apareçam sem "a" no mantra semente propriamente dito.
  9. "Bhuvanā" é outra maneira de chamar "Bhuvaneśvarī", a Senhora (īśvarī) dos mundos (bhuvana). Em outras palavras, Ela é a Sublime Śakti ou Poder do Senhor Śiva.
  10. Esse mantra semente é Śāktapraṇava, isto é, o principal entre aqueles cuja deidade é Śakti.
  11. Os bīja-s ou mantra-s sementes são sempre monossilábicos.


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